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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu ontem (26) o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva em sua residência oficial em Brasília. Lula saiu do encontro sem conversar com a imprensa, mas o presidente do Senado disse que ele está “preocupado com o que chama de desdobramentos desse processo político e da crise” vivida pelo país.
Segundo ele, o ex-presidente não tratou da PEC em tramitação no Senado propondo a convocação de eleições para presidente e vice, em outubro deste ano. Porém, de acordo com informações da Folha de S. Paulo e do jornal O Estado de S. Paulo, os dois trataram do assunto. Desafeto de Temer, com quem trava uma disputa pelos rumos do PMDB, Renan é favorável à proposta e expressou sua opinião a Dilma Rousseff.
O presidente do Senado defende um novo pleito, mas avalia que Dilma não conseguirá fazê-lo via PEC (Proposta de Emenda Constitucional), pois o Congresso não aprovaria a medida. A saída seria então um plebiscito, que pode ser feito nas eleições de outubro deste ano, regulamentado em 60 dias e, assim, as novas eleições presidenciais ficariam para o ano que vem. Lula, que está bem posicionado nas últimas pesquisas, teria ficado animado com o cenário.
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Publicamente, Renan declarou: “eu reforcei para o presidente Lula o papel histórico do Senado Federal, o meu esforço pessoal para ampliarmos a previsibilidade política e constitucional e que o Senado, ao final e ao cabo, vai julgar [o pedido de impeachment]. Que seria uma decisão política, claro, mas que também seria uma decisão de mérito com relação a sabermos se a presidente [Dilma Rousseff] teria cometido ou não suposto crime de responsabilidade”, contou Renan Calheiros. “Ao reforçar o papel histórico do Senado, eu disse para ele que é inafastável a posição de isenção do presidente do Senado Federal”, completou.
Renan disse estar convencido de que seu papel deve incluir conversas com todos os “atores dessa crise política” e reforçou que “conversar não arranca pedaço”, garantindo que continuará fazendo isso com todos os que vierem a procurá-lo.
“Eu, hoje [ontem], recebi os movimentos sociais, recebi os prefeitos e amanhã eu vou conversar com o vice-presidente Michel Temer e, logo em seguida, com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves. Eu acho que o papel do presidente do Senado Federal é exatamente esse, é conversar com todo mundo para, em todos os momentos, demonstrar isenção e responsabilidade com o país. Inclusive com a presidente da República, que pediu para conversar. E toda vez que ela pedir para conversar eu conversarei com ela, porque entendo que meu papel é exatamente esse”, afirmou.
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O presidente do Senado voltou a dizer que vai passar a presidência da Casa para o presidente do Supremo Tribunal Federal antes do momento previsto na Constituição, para que ele conduza os trabalhos relacionados ao impeachment. A Carta prevê que Ricardo Lewandowski deveria assumir a presidência do Senado no dia do julgamento sobre a cassação do mandato de Dilma Rousseff, mas Renan quer que ele assuma uma sessão antes.
“Votada a admissibilidade do processo de afastamento, se for o caso, nós passaremos a presidência do Senado, nesse caso, especificamente, ao presidente do Supremo Tribunal Federal. E caberá a ele a condução de duas reuniões públicas. Uma que pronunciará ou impronunciará a presidente da República, mas ela acontecerá mais ou menos uns 15 ou 20 dias da decisão final, que será uma decisão de mérito pela qual o Senado Federal julgará se a presidente cometeu ou não o suposto crime de responsabilidade”, disse.
Renan Calheiros afirmou que usará todo o prazo de 48 horas previsto para pautar o plenário do Senado para votar o parecer da Comissão Especial sobre a admissibilidade do processo de impedimento, depois que ele for aprovado pelo colegiado. “eu farei isso dentro do prazo para resguardar a isenção”, afirmou.
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(Com Agência Brasil)
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