Lula diz que Haddad deve “perder algumas horas” no Congresso “em vez de ler um livro”

Discurso do presidente pediu mais articulação política dos seus ministros, em momento de ofensiva do Congresso contra o governo

Equipe InfoMoney

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre a importância do diálogo na política e cobrou de seus ministros mais participação na articulação com parlamentares, em cerimônia nesta segunda-feira (22), no Palácio do Planalto, para o lançamento do programa “Acredita”.

Lula argumentou que o Partido dos Trabalhadores não tem maioria na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal e, por isso, precisa que seus ministros e secretários sejam ativos no diálogo com os parlamentares.

Segundo o presidente, isso significa que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), “tem que ser mais ágil” e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), precisa dedicar mais tempo para estreitar relacionamentos com deputados e senadores.

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“Isso significa que o Alckmin tem que se mais ágil, tem que conversar mais. O Haddad, ao invés de ler um livro, tem que perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara”, disse Lula. “É difícil, mas a gente não pode reclamar porque a política é exatamente assim”.

As declarações foram dadas num momento em que a articulação política do governo tem sido alvo de críticas. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), deu declarações duras contra o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmando que ele era um “desafeto pessoal” e “incompetente”.

Na sexta-feira (19), Lula realizou uma reunião de emergência com líderes do governo para melhorar a coordenação política. A expectativa é de que o presidente se encontre nesta semana com Lira e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).

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Em seu discurso nesta segunda, Lula afirmou que, mesmo se o PT fosse maioria no Congresso, a necessidade de diálogo e articulação política seria a mesma. “A, eles falam, mas se o partido tivesse a maioria seria tudo mais fácil. Engano”, disse o presidente.