Lula diz a jornal que quer manter auxílio de R$ 600 criado por Bolsonaro

Aumento temporário do Auxílio Brasil para R$ 600 pode ser aprovado hoje no plenário da Câmara dos Deputados

Anderson Figo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da reunião "Mulheres com Lula para reconstruir o Brasil", (Foto: LECO VIANA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO)

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Em entrevista ao jornal “Correio Braziliense”, publicada nesta terça-feira (12), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT ao Planalto, disse que pretende manter o auxílio de R$ 600 criado por Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário para o pleito de outubro.

“Eu quero manter. O PT queria que o auxílio fosse de R$ 600 já em 2020. Bolsonaro que fez uma coisa engraçada: criou uma série de benefícios em período eleitoral que duram até dezembro. Depois disso, vale a palavra de Bolsonaro, que não vale nada, como o mundo sabe, porque todo mundo sabe que ele é mentiroso”, afirmou o ex-presidente.

O aumento temporário do Auxílio Brasil para R$ 600 pode ser aprovado hoje no plenário da Câmara dos Deputados. Ele faz parte da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Auxílios, que cria estado de emergência em razão da alta dos preços dos combustíveis para viabilizar a criação de programas sociais e a ampliação de benefícios já existentes.

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A preocupação de especialistas é com a situação fiscal do país, que piora com a aprovação da PEC, já que ela permite um gasto além do teto por parte do governo. Sobre essa questão, Lula não soube dizer ao jornal de onde tiraria o dinheiro para manter o benefício de R$ 600 em 2023.

“Eu governei oito anos com responsabilidade fiscal, social, econômica, com todo tipo de responsabilidade possível, sem precisar de teto nenhum. Em nenhum país existe esse teto. Nem no Brasil, onde toda hora se cria uma exceção ao teto”, disse. “O maior problema do teto no Brasil são as milhares de famílias que viraram sem-teto nas grandes cidades, morando nas ruas. Esse é o teto que me preocupa”, completou.

O petista voltou a dizer que o discurso de seu principal adversário na disputa pelo Planalto, o presidente Jair Bolsonaro, é violento. Ontem, em reunião da sua coordenação política, ele previu uma piora do quadro de violência política nos próximos meses e pediu que as pessoas não se intimidem, mas tomem cuidado.

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“Lula nos disse para não responder com violência, mas que não podemos ficar atemorizados”, afirmou o presidente da UGT, Ricardo Patah, um dos presentes à reunião, que teve a violência política como um dos temas centrais depois do assassinato do petista Marcelo Arruda pelo bolsonarista Jorge Guaranho este final de semana, em Foz do Iguaçu (PR).

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.