Lula defende integração regional entre países da América Latina em evento com sindicatos

Presidente crê que fortalecimento da Unasul e da Celac podem trazer benefícios à região

Luís Filipe Pereira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em primeira reunião ministerial no Palácio do Planalto (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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Em encontro com a Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas no Palácio do Planalto, em que participaram representantes de organizações estrangeiras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quarta-feira (01), iniciativas que promovam a integração entre os países da América Latina como forma de estimular o desenvolvimento da região.

“Nós vivemos o mais extraordinário momento da integração regional no período em que tinha Bachelet e Lagos no Chile, Christina e Kirchner na Argentina, Tabaré e Pepe Mujica no Uruguai, nós no Brasil, Rafael Correa no Equador, Chávez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia e outros presidentes como Lugo no Paraguai, em que a gente conseguiu estabelecer harmonia e integração entre países da América Latina. Em que os dirigentes sindicais também tinham espaço para discutir assuntos pertinentes à classe trabalhadora”, disse.

Para promover maior aproximação e entender os “interesses que nos unem e nos desunem”, Lula afirmou que é preciso fortalecer organizações como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e também a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

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“Se cada país da América Latina tentar negociar de maneira isolada, as chances são muito menores do que se trabalhar de forma conjunta. Vamos tentar reconstruir o mínimo de unidade que já tivemos”.

Segundo o presidente, “estamos mais pobres do que estávamos há dez anos. E há dez anos estávamos mais pobres que há 30 anos”.

Ao citar a piora nas condições de vida nos países da região, Lula criticou a falta de interlocução do governo de Jair Bolsonaro com as entidades sindicais, e comparou o distanciamento dos chefes de governo da América Latina com a busca por uma unidade entre a classe trabalhadora.

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O presidente disse que caberá ao ministro do Trabalho do seu governo, Luiz Marinho, “reconstruir a relação democrática com o movimento sindical”.

“As fábricas já não tem a quantidade de trabalhadores que tinham. O trabalho informal ganha dimensão maior do que trabalho formal”, frisou.