LCA: aperto fiscal e salário mínimo vão testar Governo na Câmara e no Senado

Segundo os consultores, ambos os temas desagradam diversos parlamentares; oposição está focada em problemas internos

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SÃO PAULO – Os cortes anunciados nos gastos do Governo e a definição do salário mínimo em R$ 545,00 servirão como teste ao governo Dilma Rousseff na Câmara e no Senado, segundo os consultores da LCA.

A avaliação é de que, embora a eleição para a presidência de ambas as casas tenha sido garantida pelos candidatos governistas, o potencial do aperto fiscal de “gerar desagrados e rancores” entre os políticos da própria base aliada. Pressões por um reajuste do salário mínimo maior que o anunciado também podem gerar descontentamento entre parlamentares governistas.

Ademais, os consultores também fizeram uma análise sobre a atual situação da oposição. As divisões internas nos dois principais partidos oposicionistas – PSDB e DEM – fazem com que, na visão da equipe da LCA, ambos fique mais focados nas respectivas questões do que em “buscar posicionamentos críticos frente ao Governo”.

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Política fiscal
Sobre o contingenciamento de R$ 50 bilhões do orçamento aprovado para este ano, os consultores lembram que ocorrerá uma “redução sensível das emendas parlamentares”.

Desta forma, ao mesmo tempo em que agrada a equipe econômica do Governo e o mercado, o aperto fiscal, “no universo político, tem potencial para gerar desagrados e rancores”.

Salário mínimo
Em relação ao salário mínimo, a equipe da LCA destaca que a limitação do reajuste também foi feita com base em “parâmetros econômicos” e contrariou pressões sindicais e de segmentos parlamentares, inclusive do próprio PT.

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Especificamente sobre as centrais sindicais, os consultores avaliam que, devido a estreita ligação que possuem com o Governo e o fato de que o grosso de sua base não ser afetado pelo salário mínimo, dificilmente o protesto delas terá repercussão.

Por fim, os consultores afirmam que, caso os parlamentares descontentes consigam derrotar o Governo nessa questão do salário mínimo, “seria uma enorme derrota e abriria um quadro complexo para o Governo”.