Julgamento do mensalão é elogiado em matéria da “The Economist” da semana

Revista britânica ressalta que políticos bem relacionados também foram punidos, abrindo margens para mudanças sem precedentes no País

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Na edição desta semana da “The Economist“, o Brasil está novamente do radar. Desta vez, após sugerir a demissão do ministro da fazenda, Guido Mantega, a revista britânica comentou os casos de corrupção no País. Mas, desta vez, a publicação avaliou o impacto positivo do julgamento do mensalão, que é considerado um ponto de mudança ao romper a sensação de impunidade que a população brasileira vivia ao ver que os políticos brasileiros não eram punidos pelos seus atos. Na foto da matéria, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, aparece na matéria jogando “pizzas no lixo”.

No julgamento do mensalão, esquema de compra de votos no Congresso Nacional que vieram à tona em 2005, não houve mais a sensação de que “tudo acabou em pizza”. Dos 38 acusados, 25 foram considerados culpados de acusações que incluam corrupção, lavagem de dinheiro e desvios dos recursos públicos.

Neste sentido, houve uma mudança bastante grande, uma vez que políticos bem relacionados e próximos aos patamares mais próximos do poder foram condenados: este foi o caso do ex-tesoureiro do PT (Partido dos Trabalhadores), Delúbio Soares. Além disso, os ministros do STF consideraram culpados três deputados federais, podendo perder os seus postos.

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A publicação destaca ainda que o ex-presidente Lula não foi acusado e insistia não “saber nada sobre o esquema”, mas o publicitário Marcos Valério afirmou que ele também estava envolvido no mensalão. Apesar dos ministros considerarem Valério “um jogador”, as provas ainda podem aparecer, aponta a revista.  Assim, Lula enfrenta agora questões de quando ele estava no poder, em meio a acusações de tráfico de influência de pessoas bastante próximas a ela.

Sentimento de impunidade é menor
Assim, o julgamento do mensalão se mostra como um símbolo marcante para o País, ressaltando ainda que o Brasil tem melhora sua posição com relação à percepção da corrupção no ranking da International Transparence, observatório situado em Berlim. Na América do Sul, somente o Chile e o Uruguai são mais limpos. Contudo, tentando reverter o quadro de má avaliação dos políticos no Brasil, a entrada em vigor da Lei da Ficha Limpa representa um passo em busca de uma gestão mais responsável dos poderes públicos brasileiros. A presidente da república, Dilma Rousseff, procura agora adotar uma regra semelhante aos funcionários públicos.

E conclui: “em 1992, o Congresso brasileiro depôs o presidente Fernando Collor de Melo por corrupção. Agora, é o Ministério Público, a mídia e os tribunais que lutam para limpar a vida pública”, afirma a revista. E ressalta ainda que, se nada mudar nas decisões do STF, o Brasil terá mudanças sem precedentes. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.