José Dirceu é condenado a 23 anos de prisão e Vaccari a 9 anos pela Lava Jato

Apontado pelos investigadores como um dos principais nomes do núcleo político da organização, o ex-ministro está preso em Curitiba há nove meses

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O juiz federal Sergio Moro condenou na manhã desta quarta-feira (18) o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu a 23 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, pela Operação Lava Jato. É a segunda vez que o petista é condenado por corrupção, sendo a primeira em 2012 no julgamento do mensalão. Desta vez, fala-se em desvios entre 1% e 5% dos valores dos contratos de empreiteiras que faziam parte do cartel e políticos de PP, PT e PMDB.

Apontado pelos investigadores como um dos principais nomes do núcleo político da organização, o ex-ministro está preso em Curitiba há nove meses. Antes, cumpria prisão em regime domiciliar pela pena aplicada no caso do mensalão. A ele é atribuída a indicação de Renato Duque à Diretoria de Serviços da Petrobras, por exemplo, o que possibilitaria a eficácia do esquema, conforme aponta a Procuradoria da República na denúncia que levou o petista à condenação.

Conforme conta o portal Estadão, pelo papel de liderança no esquema, outras acusações formais deverão ser apresentadas envolvendo Dirceu, em outras áreas da estatal, como a de contratos de comunicação, por exemplo.

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Outros nove réus foram condenados por crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Entre eles o dono da Engevix, Gerson Almada; o delator de Dirceu, Milton Pascowitch; os ex-funcionários da Petrobras, Renato Duque e Pedro Barusco, e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari. Cabe recurso à sentença. 

Vaccari foi condenado a nove anos de prisão e ao pagamento de uma multa de R$ 420 mil pelo crime de corrupção passiva. Segundo a decisão, Vaccari participou do esquema de desvio de dinheiro da diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras. “A prática do crime de corrupção envolveu o pagamento de R$ 46.412.340,00, um valor expressivo. Um único crime de corrupção envolveu pagamento de cerca de R$ 28 milhões em propinas. Mesmo considerando que João Vaccari Neto não recebeu esses valores, os acertos se faziam com sua participação”, escreveu Moro.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.