Governo Dilma terá desafios em 2011 mas deve superar expectativas, diz consultoria

Em virtude de sua política econômica, Brasil encontra-se em situação muito mais favorável do que seus vizinhos heterodoxos

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SÃO PAULO – Segundo a consultoria de risco político Eurasia Group, o caso do Brasil é emblemático na América Latina, uma vez que representa o sucesso da adoção e manutenção de um modelo macroeconômico ortodoxo, que deverá levar o governo Dilma Rousseff a superar as expectativas do mercado.

Após a maioria dos países latino-americanos ter boa recuperação da economia em 2010, o ano recém iniciado deverá manter-se favorável para a região, porém a sorte de cada mercado estará diretamente ligada ao modelo de política econômica adotado nos últimos anos, seja ele ortodoxo ou heterodoxo.

Vizinhos pagarão por heterodoxia
Apesar dos desafios que se aproximam, os consultores da Eurasia apontam a situação muito mais confortável que países como Brasil, México, Peru, Colômbia e até mesmo El Salvador, que optaram por uma postura ortodoxa, quando comparados ao vizinhos mais heterodoxos, como Argentina, Equador e Venezuela.

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Estes últimos deverão, ou ao menos deveriam, estar focados em recuperar ajustes macroeconômicos atrasados, em detrimento das praticas atuais de suas políticas econômicas.

Dilma e o pragmatismo
A Eurasia crê que o governo de Dilma Rousseff terá o pragmatismo como marca e que haverá um grande esforço, pelo menos no primeiro ano, para conter o ritmo do crescimento dos gastos estatais, como folha de pagamentos e pensões, como forma de combater a tendência de inflação e retirar pressão da política monetária.

Ademais, a nova administração tende a avançar no que se refere a reformas microeconômicas que buscam incrementar o mercado de capitais e superar os obstáculos no quesito infraestrutura, além de realizar uma reforma fiscal.  

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Porém, a própria Eurasia já reconhecera anteriormente que esta não será uma tarefa fácil para Dilma, uma vez que medidas como estas costumam ser impopulares e devem encontrar forte resistência no Congresso e nos sindicatos, o que pode limitar a capacidade de ação do próximo governo no que concerne à contenção de gastos no setor.

Negociação do novo mínimo será termômetro
Um bom medidor, tanto para termos o tom de como será a condução da política fiscal, quanto para avaliarmos a força do novo ao governo junto ao congresso, será a aprovação do reajuste do salário mínimo.

A equipe econômica de Dilma já bateu o pé para reajustar o valor para R$ 545,00, porém, membros do legislativo, até mesmo da base aliada e centrais sindicais insistem em um novo acordo que leve o salário mínimo a um patamar mais elevado.

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Neste sentido, Marcelo Salomon e Guilherme Loureiro, do Barclays Capital apontaram que essa decisão “deve ser o primeiro sinal de como a nova administração irá conduzir a política fiscal no próximo ano”, conforme previsão já feita no final de novembro do ano passado.

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