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O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), defendeu um boicote ao Carrefour e ao Atacadão, controlado pelo grupo francês.
“Ele [Carrefour] tem direito de comprar de quem ele quer para mandar produto lá para a França, mas nós brasileiros também temos o direito de comprar de quem quisermos. Então, se o Brasil não serve para vender carne para eles, então eles não servem para vender produtos franceses e essa empresa não deveria ser bem vista aqui no nosso país”, afirmou Mendes, em vídeo publicado nas suas redes sociais.
“Quero dizer ao diretor-geral do Carrefour e do Atacadão, que eu, como cidadão, não vou comprar mais das lojas deles, e acho que aqueles que são do agro e até a população brasileira, para honrar o nosso país, deveria pensar em dar a eles o mesmo tratamento que estão dando ao nosso país”, disse o governador.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Mendes afirmou que “precisamos nos fazer respeitar e entender verdadeiramente qual é o ‘game’ que está sendo jogado”.
“Muitas vezes, discursos ambientalistas são feitos, mas escondem interesses puramente comerciais. Temos de defender o meio ambiente, fazer a nossa parte no Brasil, mas enquanto damos a nossa cota de contribuição, muitos países continuam aumentando emissões, principalmente aquelas que vêm da queima de combustíveis fósseis”, afirmou.
O governador afirmou ainda que recebeu milhares de felicitações nas redes sociais e também apoio de lideranças políticas por ter se posicionado publicamente a respeito do tema. “Quando se propõe um boicote claramente, é uma declaração no mínimo desrespeitosa com nossos cidadãos. E uma forma de responder a isso é propor tratamento idêntico ao que estão dando a nós”, disse.
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O presidente do grupo Carrefour, Alexandre Bompard, afirmou, na quarta-feira (20), que a decisão de suspender a venda de carnes do Mercosul foi tomada após ouvir o “desânimo e a raiva” dos agricultores franceses, que têm protestado contra a proposta de acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
Embora tenha sido assinado pelos dois blocos em 2019, o acordo segue sem conclusão em razão de divergências políticas e conflito de interesses comerciais de lado a lado.
“O acordo é muito difícil e não à toa está aí há mais de 20 anos emperrado nos interesses não convergentes entre nosso bloco e o bloco europeu. A França é um dos principais obstáculos por conta da ineficiência que tem na sua agricultura”, criticou o governador.