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SÃO PAULO – Com o ciclo de ajuste dos juros, levando a Selic para o patamar de dois dígitos pela primeira vez desde março de 2012, há uma sinalização de que o governo da presidente Dilma Rousseff está se esforçando para “acalmar os descontentes com os rumos da economia”.
É o que avalia o Financial Times, que elogiou em artigo desta quinta-feira o esforço do governo para conter a inflação, sinalizando que esta alta pode ser entendida como um sinal de maior autonomia do Banco Central. A publicação britânica chega a destacar ainda em uma “guinada” para Dilma Rousseff.
A matéria, que tem o título “Guerra do Brasil contra a inflação em meio ao esforço para acalmar os protestos”, ressalta o movimento do governo brasileiro em reação aos protestos de meados de 2013, que levaram milhares de brasileiros às ruas. Um dos grandes motivos para tantas reclamações seria o aumento da inflação.
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E destaca que a inflação não terminará 2013 perto da meta de 4,5%, o que vem ocorrendo desde 2009, o que é um ponto de preocupação para os investidores, que acusam o PT (Partido dos Trabalhadores) de abusar do regime de metas de inflação. Desta forma, aponta, a guinada da política monetária foi bem vinda por muitos que veem isso com um sinal de maior autonomia do BC.
O FT destaca que a Selic atingiu o seu menor patamar da história em 7,25% em outubro do ano passado, o que foi visto como uma vitória pela presidente Dilma, marcando uma nova era para o País que sofre em meio ao alto custo dos empréstimos. Porém, depois de segurar a taxa até abril, o BC aumentou os juros em cinco vezes, colocando a taxa para os dois dígitos pela primeira vez em quase dois anos. De acordo com economistas ouvidos pelo Financial Times, a volta dos juros a dois dígitos poderiam representar uma derrota para a presidente, mas a inflação mais alta poderia representar uma derrota ainda maior.
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