Fim do “juro zero” terá mais importância para bolsa que o do QE2, diz Société Générale

Analista crê em mercado guiado por liquidez e momentum para M&A, considerando a manutenção do juro zero nos EUA e Japão

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SÃO PAULO – Apesar de investidores estarem focados no fim do QE2, previsto para junho, a política monetária, especialmente a manutenção do “juro zero” nos EUA e Japão, deverá dar o tom para os mercados de ações nos próximos trimestres, aponta o Société Générale.

A equipe liderada por Alain Bokobza prevê que os mercados seguirão guiados pela ampla liquidez, o que deverá dar apoio a investimentos em ativos de risco e sustentar o momentum para fusões e aquisições, “o qual ganhou fôlego recentemente graças à combinação de desalavacagem e ganhos significativos de caixa” das companhias.

Momentum para M&A
Além disso, fundos “money market”, que investem em papéis com vencimento no curto prazo, sofrerão com o escoamento de capital na medida em que as taxa de juro real se tornem negativas nesses países, o que pode favorecer ainda mais o fluxo de capital na direção dos mercados de ações.

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Câmbio é ponto chave
Para tanto, Bokobza avalia que o câmbio é ponto chave para os próximos meses, uma vez que divergências na condução da política monetária devem influenciar diversos segmentos do mercado, mas especialmente as commodities, que tradicionalmente são utilizadas como hedge contra a depreciação do dólar.

“Divergência na política monetária enfraquece o dólar, o que estímula o preço das commodities e coloca a recuperação da economia em risco”, finaliza Bokobza.