Fed: Hoenig sairá em outubro, e Fischer diz que BC já fez o suficiente pela economia

Richard Fisher aponta que preocupações deveriam voltar-se para questão fiscal e alerta para excesso de liquidez

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SÃO PAULO – “Há um montante enorme de liquidez cirulando pela economia e pelo sistema financeiro norte-americano” crivou Richard Fisher, presidente do Federal Reserve de Dallas.

O executivo reafirmou em um evento em Bruxelas sua posição contrária à uma possível ampliação do QE2 (Quantitative Easing 2), que tem fim previsto para junho, quando o banco central norte-americano já terá despejado cerca de US$ 600 bilhões no mercado através da recompra de títulos públicos.

Fisher, opositor do projeto desde sua aprovação em novembro, lembrou que o rali observado no mercado de ações nos últimos meses já é o terceiro maior da história, para defender sua posição de que não há necessidade de mais medidas de flexibilização monetária. Segundo ele, o caminho escolhido pelo Fed é “perigoso”. 

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Política fiscal deveria ser o foco
Para ele, o momento é de passar a responsabilidade para autoridades políticas do país, onde à indisciplina fiscal cria níveis insustentáveis de endividamento. Além disso, o problema na economia dos EUA hoje, segundo ele, não é a falta de crédito, mas sim a falta de empregos. 

“Fizemos nosso trabalho como banco central. Talvez nós tenhamos feito além do nosso trabalho. Nós fizemos o suficiente. Há o risco de se fazer demais. Eu não acredito que isso ocorrerá”, afirmou Fisher acerca da atuação do Fed para estimular a retomada do crescimento nos EUA. “Nenhuma flexibilização, seja aumentar o QE2 ou criar um novo programa, vai ajudar o processo pelo qual os EUA passam agora, e pode até atrapalhá-lo”, completou. 

Aposentadoria
Porém, em 1º de outubro, Fisher perderá um aliado na oposição à flexibilização monetária, uma vez que Thomas Hoenig, presidente do Fed de Kansas City completará 65 anos e será aposentado compulsoriamente em respeito às normas da instituição.

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Hoenig vem discordando da política de flexibilização do Fed desde 2010, e é conhecido por defender uma posição de elevação do juro básico na medida em que já se observa crescimento econômico, como forma de prevenção contra bolhas de ativos e deterioração do cenário inflacionário.