Falta liberdade de expressão, diz presidente da Suzano sobre caso Santander

Walter Schalka disse que o relatório do Santander não era agressivo e ainda rebateu a fala do presidente da CSN, que havia falado que "só louco investe no Brasil"

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em evento realizado na última quarta-feira (13), o presidente da Suzano (SUZB5), Walter Schalka, não poupou críticas ao desenrolar do caso dos analistas do Santander que foram demitidos após um relatório dizendo que o mercado recua quando Dilma sobe nas pesquisas. “No Brasil, temos um sério problema de liberdade de expressão”, disse o executivo durante o Fórum Exame, em São Paulo.

“O relatório do Santander não tinha nada de agressivo, eles apenas fizeram a constatação de uma realidade”, disse Schalka. O executivo ainda atacou o governo ao dizer que vivemos em uma democracia, e que este tipo de regime exige a liberdade de expressão. “Não sei se a Dilma vai levar a uma evolução do mercado caso seja reeleita. Isso ela precisa mostrar fazendo e não falando”, disse o presidente da Suzano, sobre a reação do mercado às pesquisas de intenções de voto.

Por fim, Schalka contou uma história e disse que em sua empresa existem dois tipos de funcionário, os que fazem e os que se desculpam. “Resta a Dilma mostrar em qual categoria ela vai se encaixar”, completou o executivo.

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Acompanhado de José Berenguer e Paulo Leme, presidente do JP Morgan e presidente do conselho de administração do Goldman Sachs, respectivamente, o executivo da Suzano teve apoio em suas declarações sobre o caso Santander. Tanto Leme quanto Berenguer destacaram que o relatório não tinha nada de errado.

“O documento apenas mostrou o pensamento claro do mercado, que está descontente com o atual governo e tem um desejo de mudança, por isso esses movimentos após as pesquisas”, destacou o presidente do JP Morgan. Porém, ele completou que mesmo que Dilma seja reeleita, é possível vermos mudanças. “O que o mercado quer é menos intervenção, resta ao governo, seja ele novo ou não, dar esse espaço”, concluiu.

Suzano discorda da CSN
Durante o mesmo painel no Fórum, Schalka disse que discorda da afirmação feita na terça-feira (12) pelo presidente da CSN (CSNA3), Benjamin Steinbruch, de que “somente louco investe hoje no Brasil“. Segundo Schalka, o Brasil é uma terra de oportunidades e que o estrangeiro quer vir para cá, mas falta oportunidade, contrariando o comentário de Steinbruch sobre a insatisfação dos investidores com o País.

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“Acho que o Brasil é um País que mereça ser investido”, disse Schalka, no debate “Os próximos anos, na visão do mercado financeiro e dos empresários”. Apesar do otimismo, ele afirmou que ainda há um problema estrutural profundo no Brasil e que precisa ser realizada uma grande reforma política e judiciária. Para ele, independente de quem vença a eleição presidencial este ano, será preciso, em primeiro lugar, dar um choque de produtividade do Brasil. Precisa de reformas para melhorar a competitividade do País, comentou. 

Ainda no debate, Berenger e Leme disseram que é preciso fazer um reajuste de preços (energia e combustível) de uma vez só. Não importa quem ganhe a eleição, em janeiro isso deve ocorrer, comentaram. Segundo eles, o impacto seria forte em três meses, mas acalmaria depois, com efeito no câmbio e inflação. A visão também foi compartilhada pelo presidente da Suzano. “É melhor tomar um remédio amargo de uma vez só do que ficar no conta gotas”, disse. 

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