Fabrício Queiroz é preso em imóvel de advogado da família Bolsonaro

O ex-assessor estava em imóvel do advogado Frederick Wassef, responsável pelas defesas do presidente Jair Bolsonaro e seu filho Flávio Bolsonaro

Equipe InfoMoney

Fabrício Queiroz foto: Reprodução/SBT)

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SÃO PAULO – O policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi preso, na manhã desta quinta-feira (18), em Atibaia (SP), em uma operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo, autorizada pela Justiça do Rio de Janeiro.

Ele estava em imóvel do advogado Frederick Wassef, responsável pelas defesas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do próprio parlamentar e frequentador do Palácio do Planalto. Queiroz deverá passar pelo Instituto Médico Legal e pelo Departamento de Operações Policiais Estratégicas antes de ser levado para o Rio.

Um dos caseiros que estava no imóvel disse à Polícia Civil de São Paulo que ele morava no local há cerca de um ano, de acordo com o delegado Nico Gonçalves, responsável pela operação, em entrevista à GloboNews. Em setembro, quando não se sabia o paradeiro de Queiroz, Wassef disse não saber onde estava o ex-assessor.

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O mandado de prisão foi expedido em desdobramento das investigações sobre um suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) à época em que Flávio era deputado estadual. A prática consiste na coação de funcionários do gabinete a doarem parte dos salários ao político.

Queiroz é policial militar aposentado e foi assessor e motorista de Flávio. Ele movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 em sua conta de maneira considerada “atípica”, de acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Além dos recursos, chamou atenção o fato de as operações terem se dado na forma de depósitos e saques em dinheiro vivo em datas próximas ao pagamento de servidores da Alerj.

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Na época, Queiroz recebia um salário de R$ 23 mil no gabinete do então deputado estadual. O documento integrou a investigação da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, que prendeu deputados estaduais no início de novembro de 2018.

Flávio Bolsonaro é investigado desde janeiro de 2018. A Promotoria suspeita que o parlamentar usou a franquia de uma loja de chocolates do qual é sócio para lavar o dinheiro ilícito. A transação de imóveis também teria sido outro meio usado pelo atual senador para ocultar a origem dos recursos.

No âmbito das investigações, Queiroz afirmou que recebia parte dos salários de colegas de gabinete para remunerar assessores informais de Flávio, sem conhecimento do parlamentar. O ex-assessor também chegou a dizer, desta vez em entrevista ao SBT, que a movimentação financeira era fruto da compra e venda de veículos usados.

Outras ações

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, contra outros suspeitos da participação em esquema de “rachadinha”, o MP-RJ obteve na Justiça a decretação de medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, comparecimento mensal em juízo e a proibição de contato com testemunhas.

Os investigadores também cumpriram mandado de busca e apreensão em uma casa em Bento Ribeiro, na Zona Norte do Rio, onde morava Alessandra Marins, ex-funcionária da Alerj e atual funcionária do gabinete de Flávio Bolsonaro.

Mais cedo, circulou a informação de que a casa constava em declaração de bens que Bolsonaro informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2018. Mas o endereço alvo do mandado foi outro na mesma rua.

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