Em uma competição de perdedores, Lula foi o maior perdedor de todos, diz Economist

Por outro lado, o resultado das eleições municipais de 2016 é avaliado pela revista como uma boa notícia para o novo, mas impopular presidente do Brasil, Michel Temer

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A edição desta semana da revista The Economist destacou as eleições municipais que ocorreram no último final de semana no Brasil, dando destaque para o quão farta a população está dos políticos convencionais. “Mesmo com o voto sendo obrigatório, quase um quinto do eleitorado não compareceu, um recorde”. 

Além disso, outra lição que o processo eleitoral deste ano deu é que o PT vai ter que lutar para recuperar a sua antiga influência, uma vez que perdeu quase dois terços das prefeituras que havia conquistado em 2012, incluindo a maior cidade do País, São Paulo. “Embora seus rivais sejam pouco amados pelos eleitores, essa situação tornará mais difícil para o PT colocar-se no páreo da próxima eleição presidencial, em 2018”. 

A Economist destaca o clima anti-político no Brasil e cita alguns exemplos, como o fato de um ex-goleiro e um ex-presidente do Atlético Mineiro estarem disputando o segundo turno em Belo Horizonte (MG). Enquanto isso, “outros candidatos parecem como estrelas”, aponta a publicação, com destaque para a eleição do novato João Doria em São Paulo no primeiro turno. “Ele derrotou o atual prefeito Fernando Haddad, que teve um governo relativamente competente, mas teve a infelicidade de pertencer ao PT”. Agora, a vitória de Doria aumenta as expectativas de que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, possa ter mais chances de se candidatar à presidência em 2018 pelo PSDB. 

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O clima anti-político, aponta a revista, deve-se muito à recessão e ao escândalo da Petrobras, tendo como um dos alvos o “porta-estandarte do PT” Luiz Inácio Lula da Silva, que se declara inocente. 

Neste sentido, a Economist destaca que é difícil ver o PT voltando a ganhar muita representatividade nas eleições. No primeiro turno, o partido só conseguiu eleger um prefeito de capital (Rio Branco, no Acre). “Lula, que espera concorrer novamente à presidência, apesar dos processos e de sua idade (70), tornou-se tóxico para muitos de seus companheiros petistas. Haddad não apareceu com ele em anúncios de televisão. O PT foi exterminado na própria casa de Lula, a região do ABC paulista. Em uma competição de perdedores, Lula foi o maior perdedor de todos”, diz a publicação.

Por outro lado, o resultado das eleições é avaliado pela revista como uma boa notícia para o novo, mas impopular presidente do Brasil, Michel Temer. A derrota do PT enfraquece a alegação de que Dilma foi vítima de um “golpe” e que a presidência do Temer é, portanto, ilegítima. “Isto lhe dá uma janela de oportunidade para propor no Congresso cortes de gastos dolorosos, que são necessários para reduzir um déficit orçamentário maciço de 10% do PIB. O PMDB se manteve como a maior força política local, embora seja tão maculado pelo escândalo da Petrobras como é o PT”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.