Publicidade
O deputado Glauber Braga ocupou, na tarde desta terça-feira (9), a cadeira da Presidência da Câmara dos Deputados em protesto contra a decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar para hoje a sessão que analisará sua cassação. O gesto ocorreu pouco depois de Motta confirmar que o processo seria levado ao plenário.
A transmissão institucional da Câmara foi imediatamente interrompida no momento em que Braga assumiu a cadeira. Em seguida, jornalistas que acompanhavam a sessão foram orientados a deixar o plenário.
Pouco tempo depois, o deputado foi retirado da mesa à força pela polícia legislativa.
Continua depois da publicidade

Motta leva cassação de Ramagem ao plenário e ignora rito definido pelo STF
Presidente da Câmara decide submeter perda de mandato ao plenário, apesar de ordem do Supremo para decisão administrativa

Hugo Motta quer votar PL da Dosimetria nesta terça (9) em meio à pressão por anistia
Presidente da Câmara quer votar proposta que revê penas do 8/1, enquanto senador acusa relator Paulinho da Força de travar o debate e impedir avanço que poderia beneficiar Bolsonaro
Análise da cassação
A movimentação ocorreu em meio a um clima de tensão crescente no Congresso, que nesta semana também discute pedidos de cassação de outros parlamentares condenados pelo Supremo Tribunal Federal, como Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP).
A Mesa Diretora ainda não se manifestou sobre o ocorrido nem informou se haverá punição pelo ato de Braga.
Greve de fome
Glauber já havia protagonizado outro ato de pressão neste ano, quando entrou em greve de fome e passou a dormir no plenário após o Conselho de Ética aprovar parecer pela cassação do seu mandato por agressão a um militante do MBL. Naquele momento, o deputado argumentava que a punição era desproporcional e pedia a anulação do processo.
O movimento durou mais de uma semana e foi encerrado após negociação com Hugo Motta, que se comprometeu a garantir um intervalo de 60 dias entre a decisão da CCJ e a votação em plenário sobre a cassação, o que foi visto por aliados como uma vitória parcial e uma forma de ganhar tempo na tentativa de reverter o resultado