Em livro, FHC atesta: nenhum presidente governa sem o PMDB

Em novo trecho divulgado do primeiro volume de Diários da Presidência, o ex-presidente destacou reuniões que teve com o partido e reclamou do seu próprio, o PSDB

Lara Rizério

(Agência Brasil)

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SÃO PAULO – Em novo trecho divulgado do primeiro volume de Diários da Presidência, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso mostrou que, já no primeiro biênio de sua passagem no Palácio do Planalto, sabia de algo que permanece até os dias de hoje: nenhum presidente governa sem o PMDB na base do apoio legislativo. 

“Essa base de apoio eu a estendi depois das eleições e peguei o PMDB, uma parte importante do PMDB, e vejo assim o futuro também. Seja eu o presidente ou outro que venha a me suceder, ninguém vai poder governar o Brasil sem ampla base de apoio”, diz o livro, de acordo com trechos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo. O registro é de 25 de julho de 1996, ao relatar uma reunião com deputados do partido. 

Ele reconhece o papel fundamental do PMDB para compor o governo, mas reclamava das dificuldades por conta das divisões internas do partido. 

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O relato é de uma reunião que ele teve com os hoje tucanos Aloysio Nunes Ferreira, Alberto Goldman, além de Luís Carlos Santos, líder do governo na Câmara e o hoje vice-presidente Michel Temer. “É melhor que o PMDB se fortaleça nas mãos de gente que não seja caudilho local, tipo (Orestes) Quércia, ou que não fique na base da corrupção. Eles concordaram”, afirmou.

Outro trecho, de 2 de agosto, destaca ainda sobre o quanto é “delicado” negociar o apoio do partido. Além disso, FHC também reclama do seu próprio partido, o PSDB, destacando que os integrantes da legenda reclamavam muito e não ajudavam como deveriam no Congresso. 

Sobre Cunha
No início do mês, foi divulgado um trecho do livro de FHC em que citava o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o livro, o tucano recusou um pedido de Francisco Dornelles (então do PPB) para nomear o atual presidente da Câmara dos Deputados para a diretoria comercial da Petrobras (PETR3;PETR4) em 1996. Vale ressaltar que, na última semana, as denúncias de conta na Suíça do deputado, com dinheiro que seria oriundo de propina, ganharam destaque, aumentando a pressão para que Cunha deixe o cargo. Cunha negou. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.