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Chefe da Casa Civil e homem forte no início do primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2005, o ex-deputado José Dirceu (PT-SP) comemorou seu aniversário de 78 anos, a serem completados no sábado (16), em uma “festa de arromba” em Brasília, na noite de quarta-feira (13).
O evento reuniu cerca de 200 convidados, entre os quais vários dos principais nomes da República, e não apenas do governo ou do PT. No centro do debate público nos últimos dias por causa da decisão da Petrobras de não distribuir dividendos extraordinários aos acionistas, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, foi um dos presentes. Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), também esteve na festa.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que entrou em rota de colisão com o governo no início do ano e acertou os ponteiros com Lula, foi outro a marcar presença. O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), também esteve lá.
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Além de Alckmin, vários representantes do primeiro escalão do atual governo também prestigiaram a festa de aniversário de Dirceu, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Em janeiro, o ex-chefe da Casa Civil de Lula saiu em defesa de Haddad e disse que o PT tinha obrigação moral de dar “apoio total” ao ministro.
Também compareceram ao evento os ministros José Múcio (Defesa); Alexandre Padilha (Relações Institucionais); Nísia Trindade (Saúde); Luciana Santos (Ciência e Tecnologia); Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos); Juscelino Filho (Comunicações); Marcio Macedo (Secretaria-Geral); e Vinicius Carvalho (Controladoria-Geral da União).
10 anos para mudar, 12 anos para governar
Antes de cortar o bolo de aniversário, José Dirceu fez um rápido discurso. Nele, o ex-chefe da Casa Civil deixou claro que o PT encara o terceiro mandato de Lula como uma retomada do projeto político do partido de governar o país pelos próximos anos.
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“Nada mais importante do que o terceiro governo do Lula ser sucedido pelo quarto governo do Lula. E, depois, por um outro governo”, afirmou Dirceu, indicando que espera que o partido complete um ciclo de, pelo menos, 12 anos à frente da Presidência da República.
O aniversariante também destacou a importância de o partido liderar uma agenda de mudanças estruturais no país e disse que o tempo para que isso seja feito pode parecer longo, mas é exíguo, diante da atual correlação de forças na política brasileira.
“Nós temos dez anos para fazer as mudanças, nas condições que nós estamos vivendo, e vocês sabem quais são as condições. Não chegamos ao governo com maioria do Parlamento. Nós não chegamos ao governo com maioria do país. Nós chegamos ao governo pelas circunstâncias históricas do bolsonarismo, o que possibilitou a criação de uma frente ampla que levou à vitória do Lula”, afirmou Dirceu. “Quem são nossos aliados na elite do Brasil, no empresariado do Brasil?”, indagou o ex-ministro.
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Volta à Câmara?
Durante a festa, José Dirceu foi questionado diversas vezes por amigos e colegas sobre a possibilidade de retornar à vida política e tentar um novo mandato na Câmara dos Deputados.
Cassado na Câmara em 2005, condenado pela Justiça e preso três vezes, no âmbito dos processos sobre o mensalão e o “petrolão”, Dirceu está inelegível neste momento. Em janeiro, a defesa do ex-ministro entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a anulação de todas as suas condenações na Operação Lava Jato. O caso está nas mãos do ministro Gilmar Mendes.
A defesa de Dirceu pede que o STF estenda ao ex-deputado os efeitos da decisão que beneficiou Lula, cuja condenação na Lava Jato também foi anulada após o Supremo entender que o ex-juiz Sergio Moro era suspeito para julgá-lo. Caso o pedido de Dirceu seja bem sucedido na Suprema Corte, ele poderia disputar as eleições de 2026.
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Em resposta aos que lhe perguntavam sobre seu futuro político, Dirceu limitou-se a dizer que sua prioridade é seguir na militância partidária e colaborar, no limite de suas forças, com o governo Lula. “Espero viver como minha mãe, até os 97 anos. Portanto, tenho mais 19 anos para viver”, brincou o ex-ministro.
Biografia
José Dirceu foi condenado pelo mensalão, em 2012, a 7 anos e 11 meses de prisão – ele foi detido em 15 de novembro de 2013. No fim de 2014, foi autorizado a cumprir o restante da pena em sua residência – a pena do mensalão foi extinta em 2016. O ex-todo-poderoso do PT também foi preso no âmbito da Lava Jato.
Além de chefe da Casa Civil do primeiro governo Lula, de 2003 a 2005, Dirceu foi deputado federal por São Paulo (1991 a 1995 e 1999 a 2005, quando foi cassado) e presidente nacional do PT (1995 a 2002).
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