Em busca do investidor perdido, Dilma vai a Davos após tê-lo “trocado” por Cuba

Há 2 anos, presidente do Brasil deixou de ir ao evento para visitar o país caribenho; ela terá agora a missão de convencer - o que não será nada fácil, na opinião da agência Bloomberg

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os últimos dias devem servir de lição para Dilma Rousseff. Pelo menos é o que aponta a Bloomberg, ao citar a ida da presidente brasileira a Davos, “dois anos após ter desprezado o Fórum Econômico Mundial para assistir uma conferência anticapitalista e visitar Cuba”, conforme ressalta a agência. 

Agora, após ter se esquivado do evento que reúne os principais líderes empresariais e políticos mundiais para discutir diversas questões, Dilma será o “centro das atenções” quando a elite financeira global se reunir em Davos.

A Bloomberg entrevistou o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, que destacou que a mudança de postura está motivada pela necessidade em reconstruir a confiança em baixa com a deterioração das finanças públicas. Assim, é uma tentativa de Dilma reconfortar a comunidade global de negócios em meio à alta da dívida pública, desvalorização da moeda, piora da balança comercial e as críticas à credibilidade das contas do governo, afirmou Loyola. 

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Contudo, a própria agência ressalta que o público pode ter dificuldades de se convencer que a economia brasileira voltará a ser o que era antes. Em uma Pesquisa Global da Bloomberg feita em novembro, 43% dos investidores descreveram a economia brasileira em deterioração e 51% seguem pessimistas a respeito dos impactos das políticas de Dilma Rousseff.

E, conforme ressalta a LCA Consultores, mesmo com o esforço de Dilma, é bastante difícil que haja uma “virada” para o Brasil, apesar do bem sucedido programa de concessões e boas notícias na área de política econômica, com a elevação da Selic para tentar reverter a inflação resiliente. 

Porém, em meio a esse cenário, a LCA aponta que o governo pode ter criado  o “pior dos mundos”: um pouco mais de Selic, um pouco menos de crédito de bancos públicos e um pouco mais de superávit primário – combinação que parece uma boa aposta para os próximos meses – não serão suficientes para reverter as expectativas ruins em relação à qualidade da política econômica. Por outro lado, essas medidas podem gerar algum arrefecimento cíclico da atividade econômica e, em especial, dos investimentos corporativos. “Ou seja, exagerando um pouco, num momento de credibilidade arranhada, gradualismo é o ônus sem o bônus”, avalia a consultoria.

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Assim, Dilma parece estar “em busca do investidor perdido”, mas ainda mostra deficiências em sua estratégia. Em meio ao cenário global ainda difícil, o mercado parece ter perdido a confiança no Brasil e vê melhores opções, principalmente em países que vêm realizando profundas reformas estruturais, como é o caso do México. Além disso, o governo mostra sinais divergentes sobre que rumo irá tomar. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.