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Em sua quarta visita ao Rio Grande do Sul desde o início das fortes chuvas que devastaram centenas de municípios gaúchos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu, nesta quinta-feira (6), mais agilidade do poder público no processo de reconstrução das áreas atingidas pela tragédia.
Nesta manhã, Lula esteve no bairro Passo de Estrela, na cidade de Cruzeiro do Sul (RS), que teve mais de 600 moradias completamente destruídas.
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Na sequência, o presidente ainda deve visitar a “cozinha solidária” do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), no município de Arroio do Meio (RS). Lula esteve acompanhado pelo ministro Paulo Pimenta (PT-RS), chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, e pelo governador Eduardo Leite (PSDB), entre outras autoridades.
“Eu acho que não tem ninguém no mundo que reclama mais da burocracia do que eu. Eu reclamo em fóruns internacionais, eu reclamo aqui dentro. É tudo muito difícil, é tudo muito complicado”, criticou Lula, em rápida conversa com jornalistas.
“Tudo tem um manual que diz o que pode e o que não pode. Se acontece uma coisa nova que não está no manual, não pode fazer”, reclamou o petista.
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Segundo Lula, em um caso excepcionalmente trágico como o do Rio Grande do Sul, o governo federal “não pode ficar olhando vírgula” ao assinar atos normativos.
“Temos de dar resposta imediata a esse povo que precisa. Nós estamos trabalhando muito e temos que vencer a burocracia. Porque nós temos leis, regulamentações, que nós precisamos respeitar. Do contrário, tudo isso é desmontado”, completou Lula.
Na entrevista, o presidente da República disse, ainda, que as futuras casas que serão construídas para a população que perdeu a moradia não podem repetir equívocos do passado – como construção em locais de alto risco.
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“Nós ocupamos esse lugar aqui sem saber muitas coisas e, agora, a natureza nos alertou. Então, agora nós precisamos procurar um lugar muito seguro para construir as casas dessas pessoas”, disse Lula. “Está provado que esse lugar aqui é reservado para a água.”
Governador pede nova ajuda
Nesta semana, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que participou de um evento sobre meio ambiente no Palácio do Planalto, na quarta-feira (5), afirmou que pedirá nova ajuda ao governo federal para amenizar a perda de arrecadação do estado.
Segundo Leite, os municípios gaúchos e o estado poderão perder até R$ 10 bilhões em arrecadação com impostos apenas em 2024. Para o governador, a suspensão do pagamento de 100% da dívida do Rio Grande do Sul por 3 anos, anunciada por Lula e aprovada pelo Congresso Nacional, não será suficiente.
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“A gente entende que esteja falando de algo em torno de R$ 6 bilhões a R$ 10 bilhões até o final deste ano em termos de queda de arrecadação do estado e dos municípios que precisaria ser suportado pela União, como foi na pandemia, porque é o ente que tem capacidade porque pode emitir dívida, porque tem fôlego financeiro para poder atender essas necessidades”, afirmou Leite.
De acordo com o governador, os recursos que o estado economizou a partir da suspensão do pagamento da dívida com a União serão integralmente aplicados em medidas de reconstrução.
“A gente teve a suspensão da dívida, mas a suspensão da dívida é toda canalizada para reconstrução. Eu tenho um fundo constituído para reconstrução com recurso da suspensão da dívida, que eu vou depositar nesse fundo. De outro lado, na minha arrecadação vou ter queda forte que vai me atrapalhar prestação de serviços e outros investimentos que são também importantes”, disse Leite.