Eleições na Ucrânia, Colômbia e para Parlamento Europeu agitaram fim de semana; confira

Enquanto Colômbia terá segundo turno entre Óscar Zuluaga e Juan Manuel Santos, "rei do chocolate" reivindicou a presidência da Ucrânia; já eurocéticos ganharam espaço no Parlamento Europeu

Lara Rizério

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SÃO PAULO –  Não é somente no Brasil que a disputa eleitoral ganha destaque. O ano de 2014 está sendo bastante movimentado no mundo inteiro em meio a disputas eleitorais: apenas neste último final de semana, Colômbia, Ucrânia e boa parte da Europa foram às urnas para decidir os seus novos dirigentes. Vale ressaltar que alguns pleitos estão ainda sem resultado definido. Confira os principais resultados:

Colômbia: 2º turno entre Zuluaga e Santos
Somente quatro de cada dez eleitores colombianos compareceram às urnas no último domingo para as eleições presidenciais. Além da alta abstenção, nenhum dos candidatos conseguiu conquistar mais de 50% dos votos e, com isso, o futuro presidente do país será escolhido daqui a três semanas, em segundo turno. O opositor, Óscar Zuluaga, do Centro Democrático, teve 29,25% dos votos, três pontos à frente do presidente Juan Manuel Santos, candidato à reeleição pela coalizão Unidade Nacional, que obteve 25,68%.

Em segundo lugar, a candidata do Partido Conservador, Marta Ramírez, teve 15,52%, seguida por Clara López, do Polo Democrático Alternativo, que conquistou 15,23% dos votos. Por último, Enrique Peñalosa, da Aliança Verde, alcançou 8,28%. No começo da noite de ontem, após a divulgação do resultado pela Registradoria Civil – órgão estatal equivalente à Justiça Eleitoral – os candidatos derrotados se pronunciaram sobre o resultado.

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Clara López anunciou que deverá se reunir hoje (26) com o Polo Democrático Alternativo e a União Patriótica (coalizão de esquerda) para decidir como se posicionará para o segundo turno. Há expectativa de que ela apoie Juan Manuel Santos, em nome da continuidade do processo de paz.

Do mesmo modo, o candidato Enrique Peñalosa disse que decidirá em conjunto com os aliados “sobre uma possível aliança para o segundo turno”. Até a noite desse domingo, a conservadora Marta Ramírez ainda não havia se pronunciado sobre quem deverá apoiar.

Magnata do chocolate fica próximo de conquistar a presidência da Ucrânia
O bilionário Petro Poroshenko reivindicou a presidência da Ucrânia no último domingo após pesquisas de boca de urna darem a ele a maioria absoluta dos votos no primeiro turno e, assegurando o fim do conflito com rebeldes pró-russos, prometeu alinhar o país com a Europa.

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Pesquisas de boca de urna deram a Poroshenko, um magnata da confeitaria com longa experiência no governo, mais de 55% dos votos, bem a frente da ex-primeira ministra Yulia Tymoshenko no segundo lugar com 12%. Se os resultados forem confirmados na segunda-feira, não haverá necessidade para um segundo turno em junho.

Ucranianos, cansados de seis meses de turbulência política, esperam que seu novo presidente seja capaz de levar o país de 45 milhões de habitantes longe da beira da falência, desmembramento e guerra civil que impediu a votação em partes do leste do país de língua russa.

“Todas as pesquisas mostram que a eleição foi concluída no primeiro turno e o país tem um novo presidente”, disse o bilionário de 48 anos em coletiva de imprensa. Seus negócios deram a ele uma fortuna de mais de US$ 1 bilhão e o apelido de “Rei do Chocolate”.

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Em sua sede de campanha, ele disse a apoiadores que a maioria dos ucranianos lhe tinha dado um mandato para continuar um curso de integração com o resto da Europa, mas disse que sua primeira prioridade era viajar para o leste do país para acabar com a “guerra e caos” causado por rebeldes separatistas pró-russos.

Ele disse que estava pronto para negociar com os adversários e oferecer anistia para aqueles que entregarem armas, mas descartou qualquer negociação com assassinos e “terroristas”.

Separatistas pró-russos impediram pessoas de votar em grande parte de Donbass, coração industrial da Ucrânia, tornando a principal cidade Donetsk em uma cidade fantasma, depois de dias de violência na região do entorno em que pelo menos 20 pessoas foram mortas.

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Perguntado por um jornalista estrangeiro sobre as relações com a Rússia, Poroshenko, falando em inglês fluente, disse que vai insistir no respeito à “soberania e integridade territorial” da Ucrânia. Ele também disse que a Ucrânia nunca reconhecerá a “ocupação da Crimeia” pela Rússia, a região do Mar Negro tomada por Moscou em março.

Mas Poroshenko terá que tentar encontrar um terreno comum com o vizinho do norte da Ucrânia, que fornece a maior parte de seu gás natural e é o principal mercado para as suas exportações. Mais tarde ele foi citado dizendo que “certamente” encontraria Putin já que o envolvimento russo é essencial para a estabilidade.

“Eurocéticos” ganham espaço no Parlamento Europeu
Nacionalistas eurocéticos obtiveram vitórias impressionantes nas eleições para o Parlamento Europeu na França e na Grã-Bretanha no domingo, enquanto os críticos da União Europeia mais do que duplicaram seus assentos em contínuos votos de protesto em todo o continente contra a austeridade e o desemprego.

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Partidos da extrema esquerda e da extrema direita ampliaram suas bancadas devido ao baixo comparecimento às urnas, obtendo ganhos em muitos países, embora na Alemanha, o maior Estado-membro da UE, com o maior número de assentos, e na Itália, o centro pró-europeu se manteve estável.

Em uma votação que levantou mais dúvidas sobre o futuro de longo prazo da Grã-Bretanha na União Europeia, o Partido Independente do Reino Unido, de Nigel Farage, ficou à frente do Partido Trabalhista, de oposição, e do partido conservador do primeiro-ministro David Cameron confortavelmente com quase metade dos resultados declarados.

Com 80% dos votos apurados na França, a Frente Nacional tinha ganho 26% dos votos, confortavelmente à frente da oposição conservadora UMP, com 20,6%, e os socialistas com 13,8%, na sua segunda derrota pesada em dois meses depois de perder dezenas de prefeituras março.

Na Grécia, o Syrisa, partido radical de esquerda, ficou em primeiro lugar, superando o conservador Nova Democracia, o partido no governo. Em terceiro, está o neonazista Aurora Dourada, que pode levar pelo menos dois deputados a Estrasburgo.

Já na Alemanha, o conservador CDU, de Angela Merkel, venceu a eleição, mas o novo partido AFD, que defende o fim da zona do euro, teve cerca de 7% dos votos. O partido neonazista alemão NPD pela primeira vez deve ter um representante no Parlamento Europeu.

Os primeiros resultados oficiais nas 28 nações do bloco mostraram que partidos pró-europeus de centro-esquerda e centro-direita mantiveram controle de cerca de 70% dos 751 assentos no parlamento, mas o número de membros eurocéticos irá mais que dobrar.

(Com Agência Brasil e Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.