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SÃO PAULO – A revista britânica Economist reservou duas reportagens na edição desta semana para tratar sobre o impeachment de Dilma Rousseff e os desafios reservados ao governo de Michel Temer.
“As futuras gerações de brasileiros não vão olhar para o último dia de agosto de 2016 como um momento de orgulho na sua história. A saída de Dilma Rousseff realizada por um Congresso comprometido por um pretexto frágil, embora perfeitamente legal, não trouxe o melhor sobre a democracia do país. Mas, com sorte, os brasileiros de amanhã poderão também lembrar do 31 de agosto como o dia em que o país começou a lidar seriamente com as causas de sua disfunção econômica e política”, afirma a revista.
Desta forma, a publicação olha para o futuro e ressalta que agora é “a hora de Temer”, destacando os desafios que ele terá que enfrentar e como poderá fazer sucesso como presidente.
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A revista também ressalta que ele pode entrar para a história quando comparado com outros dois vice-presidentes que assumiram o poder. Porém, também faz um alerta : enquanto ele tenta repetir Itamar Franco, pode acabar tendo um governo igual ao de José Sarney.
Itamar assumiu após o impeachment de Fernando Collor em 1992 e, após muitos percalços, conseguiu interromper a inflação através do Plano Real. Antes disso, Sarney (que assumiu após a morte de Tancredo Neves em 1985) também tentou conter os preços, mas só “piorou as coisas”, diz a revista.
Agora, afirma a publicação, o novo presidente terá muitos desafios e deve impulsionar as reformas fiscais, de modo a conter a forte escalada dos gastos públicos. “A tarefa mais urgente é corrigir o curso fiscal desastroso definido por sucessivos governos desde o retorno da democracia em 1985, que se tornou ainda mais imprudente sob o governo Dilma Rousseff. Outro grande trabalho de Temer é comandar o redesenho do sistema eleitoral”.
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A Economist ressalta que Temer quer demonstrar que é um reformador, mas tem mostrado ambiguidades com o reajuste dos salários do STF e amenizar as contrapartidas sobre a renegociação da dívida dos estados. “Para manter a confiança econômica que voltou depois que Temer assumiu em maio, ele deve mudar de rumo”, afirma. Além disso, nem ele nem o ministro da Fazenda Henrique Meirelles podem se distrair por possíveis ambições políticas.