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SÃO PAULO – Na última segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião de emergência para avaliar a situação política em meio ao “clima de impeachment”. A presidente teria desabafado com seus auxiliares e dito que defenderá seu governo das acusações que estão sendo feitas, “com unhas e dentes”.
E, de acordo com informações do blog do jornalista Kennedy Alencar e do jornal O Estado de S. Paulo, Dilma voltou a usar, ao longo da segunda-feira, uma frase que tinha dito logo quando o PSDB apresentou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um pedido para recontar votos.
Segundo um ministro ouvido pelo jornalista, ela teria dito: “eu não sou Getúlio, não sou Jango, não sou Collor. Não vou me suicidar, não faço acordo, não renuncio”.
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E, ontem, informa o Estadão, após a entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Dilma comemorou o discurso da oposição em meio às acusações do Planalto de que estariam planejando um golpe contra o governo da presidente. Informa o jornal que, dentro do avião, na escala em que fez em Portugal quando se dirigia à Rússia, Dilma soube da movimentação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que reagiu prontamente ao discurso entoado pelo Planalto e chegou a afirmar que quem “é golpista é o PT”.
“Ele vestiu a carapuça”, comemorou a presidente, surpresa com o que classificou como “atos falhos” do tucano em entrevistas concedidas ao longo do dia.
O senador Aécio afirmou que, para o PT, tudo o que contraria os interesses do partido é golpe. “Na verdade, o discurso golpista é o do PT, que não reconhece os instrumentos de fiscalização e de representação da sociedade em uma democracia. “Para o PT, se o TCU identifica ilegalidades e crime de responsabilidade nas manobras fiscais autorizadas pela presidente da República, trata-se de golpe”, disse Aécio, em nota.
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Porém, dentro do PMDB, houve quem avaliasse que Dilma puxou ainda mais a crise política para dentro do Planalto, ofuscando até mesmo o lançamento do Programa de Proteção ao Emprego, lançado anteontem. Aquele não seria o momento ideal para falas tão contundentes. Contudo, a convenção do PSDB, em que diversos tucanos apostaram em novas eleições antes de 2018 “deram a senha” para que Dilma “entrasse no ringue com unhas e dentes”.