Desabafo de filho de Eike e náufrago lento do Brasil: confira como foi a semana em frases

Decisão do Copom ganhou destaque e suscitou debate entre economistas, assim como a expectativa por alta de juros nos EUA e a relação fria entre Brasil e México

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Entre a alta dos juros pelo Copom (Comitê de Política Monetária) e o que foi repercutido sobre o assunto e a também grande discussão sobre os juros nos Estados Unidos e a perspectiva ou não de haver uma bolha, não faltou assunto na economia para ser discutido essa semana. 

O embate Joaquim Levy – Paulo Skaf, mesmo que parecido com o de uma “Guerra Fria” também ganhou destaque e, no noticiário empresarial, o filho mais velho de Eike Batista fez um desabafo em entrevista a uma revista e contou o que passou em 2013, quando o império do ex-bilionário começou a derrocar. Cenário ruim também foi o traçado por um dos mais importantes gestores de fundos do mundo mas, neste caso, sobre o Brasil.

Aliás, a relação nada “caliente” entre Brasil e México foi tema da The Economist. Confira abaixo, em frases, o que foi destaque nesta semana:

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“As ações estão em um patamar normal de preços”
Ben Bernanke, ex-presidente do Federal Reserve, em seu blog no Brookings Institutuion. Ele contrariou as previsões da atual chairwoman do Fed, Janet Yellen, que alertou sobre os altos preços no mercado acionário.

“Achamos que seria melhor elevar os juros em 2016”
Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), sugerindo que os EUA adiem a alta dos juros

“Se o mercado de trabalho melhorar e as expectativas de inflação permanecerem bem ancoradas, então seria de se esperar (…) a decisão de começar a normalizar a política monetária no fim deste ano”
William Dudley, presidente do Fed de Nova York, “rebatendo” Lagarde logo após a divulgação do relatório de emprego nesta sexta-feira, que mostrou a criação de 280 mil empregos em maio, acima do esperado pelo mercado, o que reforça a visão de alta de juros. 

 “Para que serve a profissão de economista? Fico me perguntando quando assisto a barbaridades como as de hoje. Brasil não merece isso. Lamento”
Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco, na noite de quarta-feira, logo após a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que elevou Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,75% e abriu as portas para alta nas próximas reuniões

“Este ano se estabeleceu como um limbo onde temos que purgar certos movimentos antes de voltarmos a crescer, e não estou me referindo a questões fiscais propriamente. A grande variável e ajuste será o salário real, somente assim teremos sob controle simultaneamente, no curto prazo, a inflação e alguma melhora na produtividade”
André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, ao ver uma alta dos juros para 14,5% ainda este ano.

“Entendemos que o Copom concluirá que a Selic no patamar atual, de 13,75%, já é suficiente para promover uma desinflação importante em 2016″
Ilan Goldfajn e Caio Megale, economistas do Itaú Unibanco, não vendo novas altas este ano

“Brasil está se aproximando do ponto em que os benefícios de novas elevações da taxa em termos de controle da inflação são contrabalanceados pelos custos em termos de uma rápida deterioração econômica”
Neil Shearing, da Capital Economics, que vê alta da Selic em 25 pontos-base em julho, para 14%

“Vamos virar nossa produção industrial”
Joaquim Levy, ministro da Fazenda, mostrando otimismo apesar dos dados fracos da produção industrial. Ministro falou em Paris, onde participou de reunião ministerial da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)

“Com essa política, o que o governo conseguiu até agora foi virar a indústria de ponta-cabeça, e não há nenhum sinal de virada com esta alta dos juros”
 Paulo Skaf, presidente da FIESP, reagindo contra a decisão do Copom de elevar a Selic

“Economia do Brasil vai sendo sucateada, como um transatlântico afundando lentamente; só não é pior porque tem um colchão social enorme”
Luís Stuhlberger, gestor da Verde Asset, em entrevista às páginas amarelas de Veja.

“A realidade agora é que não podemos mais ter US$ 100 por barril. Isso é fato”
Abdalla Salem el-Badri, secretário-geral da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), sobre os preços do petróleo, que “nunca mais voltarão a ser o que eram antes”

“Tequila e caipirinha são ambas inebriantes, mas a maioria das pessoas prefere não misturá-las”
 The Economist, revista britânica, ressaltando a relação um tanto distante entre Brasil e México 

“É a teoria da bosta seca. Mexeu, fede”
Luiz Gustavo Flores, advogado do investigado pela Operação Lava Jato Alberto Youssef, ao descartar uma acareação entre o doleiro e Paulo Roberto Costa, sugerindo que ela poderia trazer complicações

“Tomei remédio tarja preta”
Thor Batista, 23 anos, filho mais velho de Eike Batista à revista GQ, ao falar sobre o ano de 2013, “literalmente o pior ano da minha vida”, ao citar a decadência financeira dos Batista. Thor contou que chegou a ter “pensamentos suicidas”.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.