Delação de Cunha e futuro de Temer: mercado promete “pegar fogo” na próxima semana

Política promete ser o centro das atenções e trazer uma série de "bombas", enquanto agenda externa tem dados importantes para as maiores economia do mundo

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após uma semana bastante agitada na política nacional, o cenário doméstico seguirá como centro das atenções dos investidores durante os próximos dias. Em destaque, os movimentos no Congresso sobre a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer e o andamento da reforma trabalhista.

Temer ganhou um alívio após a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) rejeitar a fala de Rodrigo Janot, mas, por outro lado, a pressão de parte dos aliados aumenta. Apesar dos temores de uma possível saída do presidente, o mercado reduz a tensão diante dos sinais de que Rodrigo Maia, se assumir pode manter a equipe econômica.

A análise da denúncia da PGR contra Temer terá início com a leitura do relatório na segunda-feira (10). Na quarta, está previsto o início da discussão e, na quinta-feira, o presidente da Comissão, Rodrigo Pacheco, espera colocar a denúncia em votação na CCJ, segundo cronograma da Câmara.

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Jornais relatam que líderes do governo seguem articulando para vencer na Comissão, mas independente do resultado a denúncia irá a plenário e, para ser enviada ao STF, necessitará do apoio de ao menos 342 deputados. Pacheco indeferiu todos requerimentos para comparecimento de Janot, trazendo alívio ao governo, que trabalha por votação da denúncia no plenário da Câmara entre os dias 17 e 19 de julho, segundo fontes da Bloomberg.

Já sobre a reforma trabalhista, após a vitória folgada do requerimento de urgência nesta semana, a matéria deve ir a plenário possivelmente na terça-feira (11). O mercado se mostra otimista com a reforma, mas ficou mais cético com a Previdência com o agravamento da crise política. “Não podemos estar satisfeitos apenas com a reforma trabalhista. Temos Previdência, tributária e mudanças na legislação de segurança pública”, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Outro ponto que promete trazer bastante tensão ao mercado na próxima semana é a possibilidade de sair uma delação premiada do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, ele já está finalizando os textos com as informações para o acordo de delação e rascunhou mais de cem anexos para a colaboração.

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A negociação tem sido considerada satisfatória e a expectativa é que ele entregue os documentos confessando e delatando crimes já na próxima semana. E, de acordo com a reportagem, Cunha deve envolver diretamente Temer, os ministros Moreira Franco (Secretaria Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil) e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) em sua delação.

Agenda de indicadores
Após um relatório de emprego inconclusivo nesta sexta-feira (7), com emprego forte mais salário mais fraco, a próxima semana terá uma série de eventos que devem ajudar o mercado a entender melhor o cenário que definirá os próximos passos do Federal Reserve. Na quarta-feira, às 9h30 (horário de Brasília), a presidente da autoridade, Janet Yellen falará no Congresso americano e pode dar novos sinais.

No mesmo dia às 15h também será apresentado o Livro Bege, que apesar de trazer menos informações importantes que as reuniões do Fed, ajuda a mostrar para o mercado a visão da autoridade americana sobre a economia do país. Além disso, espalhados pela semana diversos outros dirigentes do Fed também discursarão.

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Entre os indicadores, fica em destaque os dados de inflação do PPI e do CPI, na quinta e na sexta-feira, respectivamente, ambos às 9h30, além do indicador de vendas no varejo também no dia 14 no mesmo horário. Na China, saem os dados da balança comercial e inflação.

No Brasil, a agenda de indicadores é mais fraca após o IPCA desta sexta ficar abaixo do previsto em junho, com a primeira deflação em 11 anos. O mercado deve seguir definindo suas posições sobre a Selic, com aumento das apostas de corte de 100 pontos-base. Entre os dados, vendas no varejo (quarta-feira às 9h) e IBC-Br (sexta-feira às 8h30) são destaques da próxima semana.

Para conferir a agenda completa da próxima semana, clique aqui.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.