Deflação no Brasil após 11 anos, G20 e “luta” de Temer: julho começará com tudo no mercado

Enquanto a política começa a perder força com a proximidade do recesso, agenda de indicadores tem semana bastante agitada no Brasil e exterior

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O segundo semestre começa com uma semana bastante agitada, principalmente no mercado externo. Enquanto no Brasil os investidores seguem atentos ao cenário político, com destaque para o andamento da reforma trabalhista, nos Estados Unidos será apresentada uma série de indicadores importantes, como a ata do Fomc e o relatório de emprego.

Por aqui, apesar do alívio mostrado pelo mercado nos últimos dias, ninguém deixa de olhar para o Congresso. É esperada para terça-feira (4) a votação de pedido de urgência para a reforma trabalhista no Senado, porém, rumores indicam que já houve um acordo com o presidente da Casa, Eunício Oliveira para que a votação da reforma em si ocorra apenas na outra semana.

Se vencer a etapa do pedido de urgência, o governo poderia conseguir que a proposta fosse votada já no dia seguinte. Porém, como a oposição promete obstruir e atrasar todo o processo, há risco de derrota, e por isso, o Planalto achou por bem adiar para a segunda semana de julho. A votação de terça será importante para acelerar o processo e será tratada com extrema importância pelo governo.

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Outro ponto importante será a defesa do presidente Michel Temer na Câmara sobre a denúncia apresentada contra ele. Após ser notificado na quinta-feira, o peemedebista tem prazo de dez sessões plenárias para apresentar sua defesa. Diversos jornais já afirmaram que ele não pretende usar todo esse prazo, buscando acelerar o processo, mas as discussões sobre o apoio que ele conseguirá na Casa deve ser o principal assunto no Congresso.

Agenda de indicadores
Internamente, a agenda tem como destaque os dados de inflação medidos pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a ser divulgado na sexta-feira (7), às 9h (horário de Brasília). Para a Rosenberg Associados, o índice deve ter variação negativa de 0,24%, sendo a primeira deflação do indicador desde junho de 2006 e a menor variação na margem desde agosto de 1998. Na comparação em 12 meses, o IPCA deve passar de 3,60% para 2,99% – abaixo do piso da meta do governo.

Outro dado importante para ficar de olho é o de Produção Industrial, na terça-feira às 9h. O País de continuar mostrando uma recuperação lenta e gradual no setor, com leve melhora na margem em maio. A equipe da Rosenberg ressalta atenção especial para os dados preliminares da produção de junho que serão divulgados nesta semana, e serão os primeiros a refletir os impactos da crise política sobre a economia.

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No exterior, a agenda é mais movimentada nos EUA, com destaque para o relatório de emprego na sexta-feira (7) às 9h30, dados muito acompanhados pelos investidores já que têm sido um dos principais números que definem os movimentos do Federal Reserve em relação aos juros no país.

Outro evento importante neste sentido será a divulgação da ata do Fomc, na quarta-feira (5) às 15h. Na última reunião, os integrantes do Fed elevaram os juros pela segunda vez no ano e mantiveram a projeção para uma nova alta até dezembro. Por fim, importante destacar que o mercado norte-americano ficará fechado na terça-feira por conta do feriado de independência, o que promete reduzir bastante a liquidez na B3.

No resto do mundo, atenção especial para a ata da última reunião do BCE (Banco Central Europeu), com o mercado atento às indicações de mudanças nas políticas adotadas pela autoridade monetária. Na China, por sua vez, a semana terá dados de inflação na sexta-feira às 22h30 e o PMI da indústria já neste fim de semana.

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Vale destacar ainda o início da reunião do G20 na sexta-feira, onde diversos acordos e novidades envolvendo as maiores potencias do mundo devem ser anunciados. O presidente Michel Temer cancelou na última quarta-feira a sua ida ao encontro.

Para conferir a agenda completa de indicadores da semana, clique aqui.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.