Datafolha: Marina lidera em todos os cenários de 2º turno e 63% pedem renúncia de Temer ainda em 2016

Instituto de pesquisas divulgou levantamento sobre intenções de voto para eleições em 2018

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva ganhou terreno nas intenções de voto para o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018, segundo levantamento do Datafolha divulgado pela Folha de S.Paulo na manhã desta segunda-feira. A pesquisa mostra, no entanto, que a ex-senadora Marina Silva venceria todos os adversários em um eventual segundo turno. Já os possíveis candidatos do PSDB Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra permaneceram com os mesmos porcentuais de intenção de voto do levantamento anterior, realizado em julho.

No primeiro cenário, Lula (PT) aparece com 25% das intenções de voto, seguido por Marina Silva (Rede) com 15%, Aécio Neves (PSDB) com 11%, Jair Bolsonaro (PSC) com 9%, Ciro Comes (PDT) com 5%, Michel Temer (PMDB) com 4%, Luciana Genro (PSOL) e Ronaldo Caiado (DEM) com 2% e Eduardo Jorge (PV) com 1%. Os entrevistados que disseram que votariam em branco ou nulo somam 22% e os que não souberam responder, 6%.

No segundo cenário, Lula tem 26%, Marina, 17%, Aécio e Alckmin, 8%, Ciro, 6%, Temer, 4%, Luciana e Caiado, 2%, e Eduardo Jorge, 1%.

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No terceiro cenário, com Serra na disputa, Lula teria 25%, Marina, 16%, Serra e Bolsonaro, 9%, Ciro, 6%, Temer 4%, Luciana e Caiado, 2%, e Eduardo Jorge, 1%.

Em um eventual segundo turno, Lula venceria Aécio com 38% dos votos contra 34% do tucano. A mesma pontuação é registrada em uma disputa contra Alckmin. Lula também bateria Serra, por 37% a 35%, segundo o Datafolha.

Em outro cenário, Marina Silva venceria Lula com 43% das intenções de voto, contra 34% do petista. Na disputa com Aécio, ele teria 47%, contra 25% do senador mineiro. Contra Alckmin, Marina registra 48%, contra 25% do governador de São Paulo. Enfrentando Serra, ela tem 47% das intenções de voto, contra 27% do tucano. [

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Rejeição
O levantamento do Datafolha também aponta que o presidente Michel Temer lidera a rejeição entre os potenciais candidatos às eleições em 2018, com 45%. Lula aparece logo atrás, com 44%, seguido por Aécio, com 30%, Serra, com 20%, Bolsonaro, com 18%, Alckmin, com 17%, Marina, com 15%, Roberto Justus (sem partido), com 14%, Ciro, com 13%, Luciana Genro, com 11%, Caiado e o juiz Sérgio Moro (sem partido), com 9% e a presidente do STF, Carmén Lucia (sem partido), com 8%. Ainda 6% dos entrevistados disseram rejeitar todos os nomes, enquanto 4% afirmaram não rejeitar nenhum.

‘Diretas Já’
Ainda segundo pesquisa realizada pelo Datafolha — esta divulgada no último domingo –, a maioria da população brasileira é favorável à renúncia do presidente Michel Temer ainda este ano para que possa haver eleições diretas. Para 63% este seria o melhor cenário, ao passo que apenas 27% mostraram-se contra a saída do peemedebista, 6% declararam-se indiferentes e 3% não souberam responder.

Para que novas eleições ocorram, é necessário que Michel Temer deixe o cargo ainda em 2016. Neste caso, o artigo 81 da Constituição Federal determina que um novo pleito seja convocado pelo primeiro na linha sucessória — o presidente da Câmara dos Deputados — em 90 dias. Por outro lado, em qualquer hipótese de vacância na Presidência da República após transcorrida metade do mandato, o pleito ocorre de maneira indireta em 30 dias — ou seja, o parlamento decide quem ocupará o cargo até as próximas eleições, em 2018.

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Conta o estudo que a parcela da população que queria nova eleição direta em julho, quando a presidência era ocupada por Dilma Rousseff, é a mesma que a atual. Para que o cenário se confirmasse naquela época, era necessária a queda dos dois nomes da chapa vencedora — além da petista, o então vice, Temer. Das pessoas ouvidas pelo instituto naquela época, 62% defenderam a renúncia conjunta, ao passo que 30% foram contrários.

A pesquisa foi realizada entre 7 e 8 de dezembro, com 2.828 pessoas de 16 anos ou mais, com margem de erro máxima de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.