Criador tira Dilma Bolada do ar e explica: “período eleitoral começou e não vai ser mole”

Quem retirou a página do ar foi o próprio dono do perfil, Jeferson Monteiro, que prevê hostilidades na internet

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A página do personagem satírico sobre a presidente Dilma Rousseff, a Dilma Bolada,  saiu do ar na última quarta-feira (23). E quem retirou foi o próprio dono do perfil, Jeferson Monteiro. 

Monteiro publicou em seu perfil pessoal no Facebook, no iníco da tarde de ontem, um post confirmando ter desativado o perfil de Dilma Bolada. “Pra todos que estão perguntando: tirei a Dilma Bolada do ar, ok? Sem drama e sem mimimi […] Eu falei sem drama justamente porque vou explicar depois. Só avisei porque tinha um monte de gente perguntando”.

No início da noite, Monteiro voltou a se explicar sobre porque desativou o perfil de Dilma Bolada. “Entramos no período eleitoral e esse ano não vai ser mole. Há alguns dias foi liberada a campanha e é muito ruim saber que você pode fazer a diferença mas ver que está quase sozinho no meio de uma tormenta que é a internet, e que tem tudo para piorar conforme 05/10 se aproximar”.

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Ele disse que prevê um território hostil na internet durante a campanha presidencial e que isso pode expô-lo demais. E afirmou: “chega a ser imoral a forma como aqueles que lutam contra a Dilma estão se portando e planejando se portar nas redes”. Monteiro não informou quando e se a página voltará ao ar. 

Leia o texto na íntegra:

Ontem (terça-feira) à noite retirei a página da Dilma Bolada do ar por ora porque preciso de fato pensar um pouco sobre os tempos difíceis que estão por vir.

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Entramos no período eleitoral e esse ano não vai ser mole. Há alguns dias foi liberada a campanha e é muito ruim saber que você pode fazer a diferença mas ver que está quase sozinho no meio de uma tormenta que é a internet, e que tem tudo para piorar conforme 05/10 se aproximar. Chega a ser imoral a forma como aqueles que lutam contra a Dilma estão se portando e planejando se portar nas redes. É abominável as estratégias dos hipócritas que falam em “campanha limpa” mas que na realidade, têm suas equipes arquitetando para recrutar pessoas simpáticas seus partidos, além de influenciadores, blogueiros e páginas na internet para difamarem Dilma. Esse tipo de coisa é desanimador.

Diferente do que alguns analfabetos digitais dizem, não há nenhum “submundo da rede” onde as pessoas inventam boatos. A internet é um território livre em que há pessoas bem e mal intencionadas. E acho que todos devem ter conhecimento de que veremos a intensificação da guerra da desinformação que já corre solta pela web. Torço para que os boatos e mentiras sejam combatidos e que os esforços de todos sejam concentrados para mostrar a verdade e trazer os pontos fortes de seus candidatos e os pontos fracos dos opositores(sem mentiras).

Enfim, diante do que foi dito, creio que teremos um ambiente ainda mais hostil e que há algum tempo já venho sendo exposto. A decisão se continuo ou não, cabe única e exclusivamente a mim. A Dilma Bolada hoje possui, em números absolutos, mais de 2 milhões de seguidores, em sua grande maioria pessoas que passaram a simpatizar mais com Dilma e saber muitas ações do Governo depois que passaram a acompanhar a personagem. Antes não, mas hoje tenho a plena noção da dimensão do que ela se tornou. Por isso preciso avaliar qual será meu papel em todo esse processo.

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Todos sabem o quanto eu gosto, admiro, acredito e respeito a Dilma. Sempre a vi como uma mulher íntegra e nas duas oportunidades que tive de estar com ela, se mostrou uma pessoa extremamente gentil e carinhosa. Reitero que eu irei decidir o que deve ser feito. E já adianto que caso a Dilma Bolada não volte, estarei tranquilo e com sensação de dever cumprido. Mas caso volte, continuará sendo o que sempre foi, ainda mais forte e mais presente e o choro vai ser livre!

Abraços”.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.