CPI deve ouvir pessoas ligadas ao Careca do INSS

Investigado é apontado como operador central, responsável por intermediar as relações entre associações fraudulentas e servidores públicos

Agência O Globo

Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” (Foto: LinkedIn)
Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” (Foto: LinkedIn)

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A CPI do INSS começará a ouvir, nesta quinta-feira, pessoas ligadas ao empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, mais conhecido como o “Careca do INSS”, apontado como figura central para as fraudes no instituto.

Nesta segunda, Careca cancelou a sua participação no colegiado, o que fez com que a CPI reagisse e aprovasse a convocação do filho, da esposa, além de sócios dele.

O acordo para aprovação dos requerimentos contou com a anuência de lideranças do governo e da oposição. Além disso, o colegiado votará 179 requerimentos com pedidos de informação e de novas convocações.

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Quem será ouvido nesta segunda

Tânia Carvalho dos Santos – esposa de Careca

Romeu Carvalho Antunes- filho de Careca

Rubens Oliveira Costa – sócio de Careca

Milton Salvador Júnior – sócio de Careca

Nelson Willians – advogado que foi alvo da PF

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O advogado Nelson Wilians conseguiu habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantindo a ele o direito de permanecer em silêncio e não prestar depoimento. Apesar disso, ele terá que comparecer à sessão.

Careca e o empresário Maurício Camisotti foram presos na última sexta em ação determinada pelo STF em desdobramento da Operação Sem Desconto, que apura um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Segundo o GLOBO apurou, investigadores identificaram risco de fuga e indícios de ocultação patrimonial.

Por identificar o risco de fuga de Careca e Camisotti, a CPI já havia aprovado, no início do mês, um requerimento endereçado ao Supremo no qual pedia a prisão preventiva e a quebra de sigilo deles e de outros suspeitos citados em investigações da Polícia Federal. O presidente da CPI, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), precisou pedir à Polícia Legislativa a intimação dos dois presos diante da dificuldade de encontrá-los.

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Careca do INSS é apontado como operador central, responsável por intermediar as relações entre associações fraudulentas e servidores públicos. Relatórios da PF indicam que Antunes movimentou R$ 53 milhões em valores oriundos de entidades sindicais e empresas relacionadas, muito acima da renda mensal de R$ 24 mil que declarava oficialmente.

Após ser preso, Careca foi levado para a Superintendência da PF em Brasília. De acordo com a investigação, ele teria movimentado R$ 9,3 milhões em repasses destinados a pessoas ligadas a servidores do INSS, entre 2023 e 2024.