Confira o relatório sobre a Dilma que o Santander “copiou” da Fator Corretora

Relatório de junho do estrategista Paulo Gala, do Fator, tem frases copiadas pelo banco Santander, mas não chegou a causar polêmica na época

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Ganhou destaque no mercado nesta sexta-feira (8) o novo episódio sobre o informe polêmico que o Santander emitiu aos seus clientes. O polêmico texto que resultou na demissão de quatro funcionários do Santander na verdade era uma cópia de um texto enviado por outro banco em junho. 

De acordo com notícias dos jornais Valor Econômico Folha de S. Paulo, o texto enviado a clientes de alta renda do Santander relacionando uma deterioração econômica à reeleição de Dilma tem frases inteiras copiadas de um relatório de estratégia do banco Fator, que já circulava no mercado no mês retrasado. 

O relatório de estratégia foi assinado pelo economista Paulo Gala, entitulado “Desaceleração e incerteza quanto à eleição”. Dentre as frases de maior semelhança, estão “a quebra de confiança e pessimismo crescente em relação ao Brasil pode derrubar ainda mais a popularidade da presidente nas pesquisas… Se Dilma se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas um cenário de reversão pode surgir”, do relatório do Fator. 

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Enquanto isso, o Santander ressaltou: “a quebra de confiança e o pessimismo crescente em relação ao Brasil em derrubar ainda mais a popularidade da presidente, que vem caindo nas últimas pesquisas […] Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir “. 

Confira as frases principais que foram reproduzidas pelo Santander, destacados em negrito:

“Uma deterioração mais forte da atividade econômica não era esperada e parece estar agravando ainda mais a situação de Dilma nas pesquisas. A quebra de confiança e pessimismo crescente em relação ao Brasil pode derrubar ainda mais a popularidade da presidente nas pesquisas e impulsionar o cenário de segundo turno ou até mesmo a não reeleição. No ambiente de bolsa o impacto da queda nas pesquisas tem sido claro para impulsionar as estatais: Petrobrás, Eletrobrás e Banco do Brasil. A expectativa de reversão da ingerência do governo nessas empresas com relação à política de preços, tarifas, conteúdo nacional, etc… gerou importante trajetória de alta. Atividade em baixa e inflação em alta não contribuem para a subida do Ibovespa de maneira consistente, mas o acirramento da disputa eleitoral, decorrente desse quadro, contribui”. 

“O movimento se estende ao câmbio e aos juros, que têm se beneficiado também do cenário externo com queda nos juros de treasuries e migração de fluxo de capital para países emergentes. A queda da atividade e estabilização da inflação contribuem para queda da parte longa dos DIs. A queda de Dilma nas pesquisas contribui para aumento de demanda por ativos em reais, provocando apreciação cambial. Um câmbio mais ameno também ajuda no cenário de juros e inflação. De maneira resumida poderia se dizer que a deterioração da atividade no Brasil diminui as chances de Dilma ser reeleita no primeiro turno o que por sua vez abre espaço para a Bolsa subir (blue chips), para o real se apreciar e para os juros longos caírem. Difícil saber até quando dura esse cenário e qual será o desdobramento final de uma queda ainda mais  pronunciada de Dilma nas pesquisas. Se Dilma se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e estatais e Bovespa cairiam, revertendo parte das altas recentes; esse último cenário estaria mais de acordo com a deterioração de nossos fundamentos macro”.

Confira a nota polêmica do Santander:

“A economia brasileira continua apresentando baixo crescimento, inflação alta e déficit em conta-corrente. A quebra de confiança e o pessimismo crescente em relação ao Brasil em derrubar ainda mais a popularidade da presidente, que vem caindo nas últimas pesquisas, e que tem contribuído para a subida do Ibovespa.

Díficil saber quando vai durar até quando vai durar esse cenário e qual é o desdobramento final de uma queda ainda maior de Dilma nas pesquisas. Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice da Bovespa cairia, revertendo parte das altas recentes. Este último cenário estaria mais de acordo com a deterioração de nossos fundamentos econômicos. 

Diante desse cenário, converse com o seu Gerente de Relacionamento Select para alocar os seus investimentos da maneira mais adequada ao seu perfil de investimento.”

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.