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SÃO PAULO – A visão do governo brasileiro pela imprensa internacional segue bastante deteriorada. Em matéria da edição desta semana da revista The Economist, a revista britânica destacou que há pouco espaço para manobras econômicas de Dilma Rousseff, ressaltando que a presidente enfrenta uma campanha de reeleição bastante difícil.
Com isso, Dilma enfrenta uma “saia justa”, aponta a revista, fazendo uso da expressão popular que designa aqueles que enfrentam uma situação complicada. A The Economist ressalta que, no final deste mês, ela deve lançar as diretrizes para a sua campanha para reeleição e que, como ocorre normalmente nesta fase, ela estaria aumentando os gastos públicos.
“Mas, quando Dilma falou no Fórum Econômico Mundial em Davos, em meio à forte queda do principal índice da bolsa brasileira – o Ibovespa – e a forte desvalorização da moeda brasileira, assim como a de outros países emergentes, ela se sentiu impelida a enfatizar que ‘apertará o laço'”, ressaltou a revista.
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A presidente brasileira vem decepcionando em termos de crescimento econômico, com um crescimento médio de apenas 1,8% ao ano, com a inflação em torno de 6% e com o déficit em conta corrente atingindo os 3,7% na relação com o PIB (Produto Interno Bruto). A revista destaca que o governo tem algumas boas desculpas, como o fato de ter herdado um aquecimento fora do normal da economia, enquanto agora o mundo está crescendo muito lentamente, enquanto o dinheiro barato nos Estados Unidos e a Europa levou a uma valorização do real tida como exagerada e que está se revertendo.
Contudo, Dilma também realizou diversas políticas que ajudaram a complicar o cenário, aponta a revista, como a pressão para que o Banco Central cortasse a taxa básica de juros, enquanto houve diversos subsídios e manobras para encobrir os seus danos fiscais através de truques de contabilidade. “Mais do que a recuperação prometida de crescimento, o resultado foi que os empresários brasileiros e os investidores estrangeiros perderam a confiança na equipe econômica na hora errada”, aponta a publicação, justamente quanto o Federal Reserve iniciava a redução dos seus estímulos.
Uma moeda mais fraca é apenas o que o Brasil precisaria para reequilibrar as contas, mas também corre o risco de aumentar a inflação. Com isso, o BC aumentou a taxa de juros de 7,25% para 10,5%. E a presidente destacou ainda o compromisso em atingir a meta de inflação, de 4,5%, em Davos. A princípio, aponta a revista, Dilma parecia estar satisfeita com uma inflação que não ultrapassasse os 6,5% ao ano, o teto da meta.
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E como esse cenário influencia nas eleições? Segundo a revista, o partido de Dilma, o PT (Partido dos Trabalhadores) espera vencer a eleição e Dilma é a franca favorita, com a maior parte das intenções de voto. Contudo, a pesquisa de intenção de voto destacada pela Economist, do DataFolha, também aponta que 66% dos entrevistados esperam que o próximo presidente aja de forma diferente da atual presidente, “um desejo genérico de mudança que sugere o seu apoio pode ser menos sólido do que parece”.
E ressalta: “ao permitir que a inflação se torneum tema de campanha, ela foi para o terreno da oposição. Seus erros do passado já a levaram a uma situação em que sua promessa de gastar mais em serviços públicos é incomodamente dependente dos humores dos investidores internacionais. Essa é a saia justa que ela vestiu. E os próximos meses mostrarão se Dilma poderá sair dela”.
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