Citi diz que eleição no Peru, país em que a Vale opera, traz risco para mineradoras

Candidato que lidera as pesquisas do 1º turno defende taxações e revisões contratuais; Petrobras também tem ativos no país

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SÃO PAULO – Em relatório sobre o risco da atual corrida presidencial no Peru para as empresas de mineração, o Citigroup afirma que a probabilidade de que Ollanta Humala vença as eleições são baixas, mas que o noticiário negativo que advém do pleito por si só já traz algum risco, dado o histórico do candidato. Assim, os investidores devem ficar cautelosos com esse período de eleição. 

Humala é o atual primeiro colocado nas pesquisas, e embora tenha moderado um pouco seu discurso em relação a primeira vez que disputou a presidência no Peru, continua defendendo taxações excepcionais e a revisão dos contratos de todas as mineradoras estrangeiras. Outros candidatos que aparecem na liderança das pesquisas são considerados mais moderados e de menor risco para o setor.

Segundo turno
Na avaliação do analista Alexander Hacking, a ocorrência de um segundo turno nas atuais eleições peruanas é praticamente certa. Ele cita as atuais pesquisas eleitorais, que apontam Humala na liderança, com 22-26% das intenções de voto, e com três candidatos empatados na segunda colocação, com 16%-18% das intenções cada. São eles: Keiko Fujimori, Alejandro Toledo e Pedro Pablo Kuczynski. Um pouco mais atrás, como quinto colocado, aparece Luiz Castañeda.

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Desta forma, para o segundo turno, a expectativa é de que Humala poderia ser derrotado por Toledo e Castañeda, empataria com Fujimori e derrotaria Kuczynski por uma pequena margem (43% vs. 41%). A despeito da liderança nas pesquisas para o primeiro ponto, o analista lembra que os eleitores “vão realinhar após o primeiro turno”, e que há um forte e majoritariamente urbano contingente de votos anti-Humala.

Presença brasileira no Peru
Em meio a esse contexto, vale destacar a presença da Vale (VALE3, VALE5) e da Petrobras (PETR3, PETR4) no Peru. A primeira empresa conta com o Projeto Bayóvar, que inclui uma mina de fosfatos com capacidade de produção de 3,9 milhões de toneladas métricas por ano, uma planta concentradora de fosfatos, uma estrada de 32 km, correia transportadora e um terminal marítimo. O investimento total da empresa no projeto é da ordem de US$ 566 milhões, e as atividades da mina de fosfatos foi iniciada em julho do ano passado.

Por sua vez, a Petrobras atua no Peru desde 1996, e atualmente produz 16 mil barris de petróleo por dia no Lote X, localizado na Bacia de Talara, no noroeste do Peru. A estatal petrolífera informa também que participa de ativos exploratórios em quatro bacias diferentes localizados naquele país.