Chuva volta a Porto Alegre, e nível do Guaíba sobe; número de mortos no RS vai a 163

Segundo informações da Climatempo, a situação de instabilidade climática deve permanecer na capital gaúcha pelo menos até sexta-feira (24), com previsão de mais chuvas; tempo deve ficar firme no sábado (25)

Fábio Matos

Centro histórico de Porto Alegre permanece alagado (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Centro histórico de Porto Alegre permanece alagado (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

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Após alguns dias de trégua, a chuva voltou a Porto Alegre (RS), nesta quinta-feira (23), e acendeu novamente o alerta para possíveis enchentes e alagamentos na capital gaúcha. O Rio Grande do Sul vem sendo castigado, desde o fim de abril, com os efeitos trágicos da maior calamidade climática da história do estado.

Nas últimas horas, o nível das águas do lago Guaíba, em Porto Alegre, voltou a subir, avançando 14 centímetros em um intervalo de cerca de 5 horas, depois de uma chuva que atingiu a marca de 17,6 milímetros, de acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

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Na noite de quarta-feira (22), segundo as medições da ANA, o Guaíba estava em 3,82 metros, no Cais Mauá. Entre 1h45 e 4h45 desta quinta, o patamar chegou a 3,96 metros. Às 6h15 horas, o nível havia recuado um pouco, para 3,93 metros.

O patamar das águas do Guaíba continua acima da chamada “cota de inundação”, que é de 3 metros. O pico histórico foi registrado no início do mês, quando o lago bateu 5,33 metros.

Antes das enchentes históricas de abril e maio de 2024, a maior tragédia deste tipo em Porto Alegre havia ocorrido em 1941. Na época, o índice máximo alcançado pelas águas do Guaíba foi de 4,76 metros.

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Na quarta-feira, alguns bairros de Porto Alegre, como Menino Deus, voltaram a registrar pontos de alagamento.

Segundo informações da Climatempo, a situação de instabilidade climática deve permanecer na capital gaúcha pelo menos até sexta-feira (24), com previsão de mais chuvas. O motivo é uma frente fria que vem atuando no oceano, além de uma área de baixa pressão atmosférica que se movimenta em direção ao litoral. A tendência é a de que o tempo volte a ficar firme a partir de sábado (25).

Número de mortos sobe

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizou, na manhã desta quinta-feira, os números da maior tragédia climática da história do estado. De acordo com o novo boletim das autoridades gaúchas, o total de mortes desde o início das enchentes, no fim de abril, subiu para 163.

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A Defesa Civil informou, ainda, que o número de pessoas desaparecidas é de 72 até o momento. Há 806 feridos.

Segundo os dados da Defesa Civil, o total de pessoas que tiveram de deixar suas residências ultrapassa 647,4 mil, das quais 65,7 mil estão em abrigos e 581,1 mil, em casas de amigos ou parentes (tecnicamente, são considerados “desalojados”).

Até agora, 468 dos 497 municípios do estado foram afetados, de alguma forma, pelas enchentes. Ao todo, são mais de 2,3 milhões de pessoas atingidas.

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Veja os números da tragédia no Rio Grande do Sul até aqui:

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”