Brasil em recessão técnica não é propriamente uma má notícia para Dilma, diz FT

Segundo o blog do Financial Times, Beyond Brics, os candidatos à presidência não devem se preocupar tanto com os números; o motivo é a taxa de desemprego ainda baixa

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A economia do Brasil entrou em recessão técnica ao contrair 0,6% no segundo trimestre em relação aos primeiros três meses do ano. Na comparação anual, os números foram ainda piores, com queda de 0,9% em comparação ao segundo trimestre do ano anterior. 

Porém, segundo aponta o blog do Financial Times, Beyond Brics, os candidatos à presidência – principalmente Dilma Rousseff (PT), não devem se preocupar tanto com isso. O blog Beyond Brics destaca uma matéria anterior do jornal, ressaltando que os bons indicadores de emprego – apesar da deterioração nos últimos dados – não invibializam as chances de reeleição de Dilma em outubro.

“Esta é a boa notícia para ela. Mas há pouco o que festejar sobre os números do IBGE”, aponta o blog do FT. A produção industrial caiu 1,5% em relação ao trimestre anterior e 3,4% na comparação anual. O setor de serviços caiu 0,5% na base trimestral, mas leve alta de 0,2% no ano. 

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Para o lado da oferta e da procura, os números preocupam, com a formação bruta de capital fixo – um indicador aproximado para o investimento – encolhendo 5,3% em relação ao trimestre anterior e caindo 11,2% na comparação anual. O consumo privado subiu 0,3% no trimestre e 1,2% ano a ano. O consumo do governo caiu 0,7% no segundo trimestre, mas alta de 0,9% ano a ano.

E estes números falam sobre a economia, aponta o FT: enquanto os brasileiros estão consumindo e mantendo seus empregos, tudo ainda se mantém no “status quo”. Para o jornal, haverá pouca pressão sobre os candidatos na eleição há pouco mais de cinco semanas do pleito para explicar o que eles vão fazer para a economia andar novamente. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.