Bolsonaro confirma Ciro Nogueira na Casa Civil e Onyx Lorenzoni em novo Ministério do Trabalho

Troca de posições está prevista para a próxima semana e busca melhorar interlocução do governo com o Congresso em momento de pressão

Equipe InfoMoney

(Marcos Corrêa/PR)

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SÃO PAULO – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou, em entrevista concedida nesta quinta-feira (22), que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) assumirá a Casa Civil no lugar do general Luiz Eduardo Ramos. A troca de posições está prevista para a próxima semana.

Em entrevista à Rádio Banda B, de Cutiriba (PR), Bolsonaro disse que colocará um senador na pasta e apontou o nome de Ciro Nogueira, expoente do chamado “centrão” e presidente nacional do partido Progressistas.

“Realmente deve acontecer semana que vem, está praticamente certo. Vamos botar um senador aqui na Casa Civil que pode manter um diálogo melhor com o parlamento brasileiro”, afirmou.

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“A princípio é ele [Ciro Nogueira]. Conversei com ele já, ele aceitou. Ele está em recesso, chega em Brasília segunda-feira, converso com ele, acertamos os ponteiros. E a gente toca o barco. É uma pessoa que eu conheço há muito tempo, ele chegou em 95 na Câmara, eu cheguei em 91″, disse.

O movimento ocorre em momento de fragilidade do governo, que busca melhor interlocução com o Senado Federal e reforçar o apoio de parlamentares do “centrão”.

Desta vez, a reforma ministerial também busca diminuir a assimetria de posições no governo entre as duas casas legislativas. Nas primeiras trocas, a preocupação em blindar o presidente de um possível impeachment fez o governo concentrar esforços na Câmara, onde esse tipo de processo se inicia.

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Desde o início da atual administração, senadores reclamam de não ter um único ministério. Hoje, cinco deputados comandam pastas do governo: Fábio Faria (Comunicação), Flavia Arruda (Secretaria de governo), João Roma (Cidadania), Onyx Lorenzoni (Secretaria Geral) e Tereza Cristina (Agricultura).

Por isso, o governo busca equilibrar a balança. Além dos desgastes produzidos pela CPI da Pandemia, na volta do recesso os senadores analisarão a indicação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) – que tem sofrido forte resistência – e a recondução de Augusto Aras para a Procuradoria Geral da República (PGR) – encaminhamento visto como mais simples.

Também deverão passar pelo crivo dos senadores propostas de interesse do governo federal, como as reformas administrativa e tributária, além da reformulação do Bolsa Família (que só pode ser implementada ainda em 2021) e a privatização dos Correios. A reforma eleitoral, em discussão na Câmara dos Deputados é outro assunto que precisará ser analisado pela casa.

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O movimento também ocorre em um contexto de tensão provocado pelas sinalizações de Bolsonaro de que deverá vetar o aumento de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões do fundo eleitoral, aprovado pelos parlamentares na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2022.

Durante a entrevista à Rádio Banda B, Bolsonaro também confirmou a recriação do Ministério do Trabalho, que se chamará Ministério do Emprego e Previdência. A pasta será comandada pelo atual ministro da Secretaria Geral, Onyx Lorenzoni. Seu cargo no Palácio do Planalto será ocupado pelo general Luiz Eduardo Ramos, que estava na Casa Civil.

“O general Ramos que está na Casa Civil continua sendo um ministro palaciano, vai para Secretaria Geral. E o Onyx, que eu chamo de coringa, ele vai para um novo ministério, que não vai ser aumentado o número de ministérios”, disse.

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“Como o Banco Central perdeu esse status há dois meses, restabelecemos 23 ministérios e vai ser o Ministério do Emprego e Previdência. Esse que é o quadro pintado aqui agora. Nenhuma mudança drástica no meu entender. Acho que melhora a interlocução com o parlamento”, argumentou.

Na entrevista, Bolsonaro também tentou justificar a nomeação de mais um integrante do “centrão” para seu ministério. “Eu sou do Centrão, eu fui do PP metade do meu tempo, fui do PTB, fui do então PFL”. Segundo o presidente, um afastamento do grupo poderia dificultar a governabilidade.

“São pouco mais de 200 pessoas. Se você afastar esse partido de centro, sobram 300 votos para mim. Se afasta cento e poucos parlamentares de esquerda, PT, PCdoB e PSDB, eu vou governar com um quinto da Câmara. Não tem como governar com um quinto da Câmara”, disse.

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