Barbosa critica ideias ultraliberais e ressalta a importância das políticas sociais

"Não sou favorável a posições ultraliberais em um país social e estruturalmente tão frágil e desequilibrado como o Brasil, com desigualdades profundas e historicamente enraizadas", assim afirmou o ex-ministro ao Estadão

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Ganhando cada vez mais espaço na corrida pela Presidência como mostrou o último Datafolha, Joaquim Barbosa, que no começo do mês filou-se ao PSB (Partido Socialista Brasileiro), aos poucos vai revelando seu perfil econômico e pelas últimas entrevistas sua posição pode ser resumida como uma mescla de ideias de cunho liberal, mas sem esquecer das pautas sociais.

“Não sou favorável a posições ultraliberais em um país social e estruturalmente tão frágil e desequilibrado como o Brasil, com desigualdades profundas e historicamente enraizadas”, assim afirmou o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) em entrevista ao Estadão nesta quinta-feira (26). Segundo ele, não é possível ignorar os aspectos sociais do Brasil e meramente aplicar políticas puramente liberais, já que “elas não são solução para a grande miserabilidade que é a nossa marca de origem e que nós, aparentemente, insistimos em ignorar”.

Na semana passada, políticos que estiveram com Barbosa relataram que o ex-ministro se posicionou claramente a favor da venda de estatais para a iniciativa privada, mas com cuidado para não tocar as “joias da coroa”, como no caso da Petrobras. Sobre temas polêmicos como a reforma da previdência, Barbosa reconheceu a necessidade de mudança nas aposentadorias, mas com regras mais moderadas do que as propostas por Michel Temer.

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Do lado social, pessoas próximas de Barbosa que fazem parte do PSB apontaram que o provável candidato à Presidência defende programas de acesso a universidades e de transferências de renda, mas fez muitas críticas sobre as políticas de subsídio, qual qualificou como “puro patrimonialismo”.

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