“Após tragédia, Marina tem força para desbancar Dilma nesta eleição”, destaca especialista

Além de ter saído fortalecida da corrida eleitoral de 2010, a ex-senadora conta com uma série de fatores que viabilizam a sua vitória sobre Dilma e Aécio neste ano.

Marcello Ribeiro Silva

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SÃO PAULO – Mesmo tendo uma postura menos conciliadora e mais fechada, a provável presidenciável do PSB, Marina Silva pode ser considerada uma das únicas esperanças de mudança no cenário político brasileiro neste momento, destacou o cientista político Pedro Costa Júnior, professor das Faculdades Rio Branco.

O especialista defendeu que a ex-senadora teria mais chances de chegar mais longe do que Eduardo Campos, presidenciável peessebista que morreu na última quarta-feira após um trágico acidente aéreo.

Para explicar a percepção, o cientista político afirmou que a provável substituta de Campos na chapa presidencial do PSB tem mais capital político do que o ex-governador de Pernambuco tinha. “Em 2010, ela estava no PV, um partido inexpressivo; tinha menos de um minuto de exposição televisiva e não tinha palanques regionais fortes. Ainda assim, conseguiu uma votação recorde”, explicou Costa.

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PSB, a nova face de Marina

Segundo o especialista, no atual cenário, com uma visibilidade nacional forte, capital político da eleição passada, mais tempo de exposição na televisão e as estruturas regionais bem montadas que o PSB possui, Marina está fortalecida. “Após tragédia, Marina tem força para desbancar Dilma nesta eleição”, destaca especialista.

O governo desgastado de Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT e a aprovação da presidente radicalmente menor do que a de Luiz Inácio Lula da Silva quando deixou o poder em 2010 também foram apontados como fatores que podem favorecer a ex-senadora.

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“Além disso, Aécio Neves, do PSDB, seu principal concorrente no primeiro turno, ainda não decolou, não vingou” disse Costa.

De acordo com o especialista, a comoção nacional pela tragédia que envolveu Campos também deve pode ser um ponto positivo para que Marina trilhe um caminho mais rápido rumo ao segundo turno.

“Ela tem chance real de ultrapassar Aécio e chegar ao segundo turno. Também tem muita possibilidade de vencer a Dilma no segundo turno, porque os votos de Aécio fluiriam automaticamente para a candidata do PSB”, pontuou Costa. “Marina tem apelo muito grande entre os indecisos, os jovens, com o público evangélico e com as mulheres. Ela representa um grande problema para o PT e o PSDB”, acrescentou.

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Campos: O líder do futuro

Diante da morte recente de Campos, o eleitorado brasileiro se lamentou nos últimos dias da perda de um político que poderia ainda mais relevância nos próximos anos. O especialista da Rio Branco destacou que o ex-governador de Pernambuco era um líder natural, que tinha política no sangue.

“Ele tinha liderança com estilo conciliador, o que falta hoje no Brasil. Hoje vivemos uma política muito radical, muito FlaxFlu, uma oposição muito forte. Ele conseguia ser amigo pessoal de Aécio e Lula, mesmo com os problemas entre o PT e o PSDB”.

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Para Costa, Campos era uma liderança promissora não só para 2014, mas também para 2018 e para 2022. “Ele vinha se firmando como terceira via. É uma perda irreparável”, lamentou, acrescentando que ele era alguém com muito potencial para liderar as eleições futuras.