Após mais de 7 horas de sessão com Levy, Senado adia votação sobre reindexador de dívida

Por falta de quórum, votação no Senado Federal foi adiada para a semana que vem por falta de quórum

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Após apelo do ministro da Fazenda Joaquim Levy, que falou por mais de 7 horas na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal na última terça-feira (31), a votação no Senado Federal do projeto que obriga o governo a regulamentar a lei que troca o indexador da dívida de Estados e municípios com a União foi adiada para a semana que vem por falta de quórum. Desta forma, o governo conseguiu evitar, pelo menos por enquanto, uma nova derrota política no Congresso.  

De acordo com Levy, o governo não tem interesse em regulamentar a mudança no indexador neste momento, temendo um impacto da ordem de aproximadamente R$ 3 bilhões nas contas públicas.

A votação estava prevista para esta terça-feira. Nos últimos dias, Levy vinha tentando construir um acordo com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com as prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro, maiores beneficiadas com a mudança no indexador.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O acordo previa que os entes federados continuariam pagando a parcela atual dos contratos com base no indexador já acordado no passado, mesmo que em juízo, e o governo federal se comprometeria a regulamentar o pagamento pelo novo indexador a partir de fevereiro de 2016. Com isso, o Senado adiaria a votação da matéria.

“Na verdade, tanto as prefeituras e Estados quanto o governo entraram em um entendimento. O que o governo propôs é um entendimento que o dinheiro será restituído no início do próximo ano a Estados e municípios, que terão sua dívida diminuída”, explicou o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

O acordo com o ministro foi costurado por Jucá e pelo presidente da CAE, Delcídio Amaral (PT-MS). Os congressistas acertaram com Levy que vão apresentar uma emenda ao projeto do novo indexador das dívidas que contemple a proposta apresentada ontem pelo ministro. Levy se comprometeu com a mudança do indexador até fevereiro de 2016,  quando o governo já saberá se terá sido bem-sucedido no ajuste fiscal.

Continua depois da publicidade

“Se há um acordo entre as partes, o Congresso vai ajudar nesse entendimento e vai aprovar um projeto que facilite essa construção que ajuda o governo a passar esse momento de dificuldade e no tempo sinaliza com novos recursos para Estados e municípios que estão endividados”, disse Jucá.

Entre o governo federal e o município do Rio de Janeiro, o acordo já foi fechado, mas por via judicial. Esse mesmo acordo seria estendido a outros entes federados que quisessem aderir a ele. Renan alertou, porém, que esse acordo só terá validade para todos se o Congresso aprovar.

“Eu disse ao ministro Levy que o Senado está preocupado com a qualidade do ajuste (fiscal), não estamos preocupados com o quanto e com o como. É isso que o Senado vai distribuir, distribuir os sacrifícios, é esse o papel do Congresso Nacional”, disse Renan a jornalistas após a reunião de líderes.

Continua depois da publicidade

   

“O acordo com o Rio é um acordo judicial”, disse o presidente do Senado. “Não há uma convalidação do acordo do Rio pelo Parlamento. Só haverá se for aprovado no Parlamento.”

(Com Reuters) 

Publicidade

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.