Ao NYT, Moro faz questionamento sobre Lava Jato e diz por que não se arrepende de ter divulgado áudios de Lula

O jornal americano aponta que Moro tornou-se o rosto da luta nacional contra a corrupção no Brasil e que foi responsável por alguns dos maiores casos do país 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em entrevista no último sábado (26) ao jornal americano The New York Times, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela primeira instância da Operação Lava Jato em Curitiba (PR), mostrou preocupação sobre a força da Operação para gerar mudanças duradouras na luta contra a corrupção no Brasil.

Conforme destaca em entrevista à publicação, Moro apontou  que a Lava Jato quebrou a lógica da impunidade da corrupção no Brasil. Contudo, questionou se esse impacto será permanente. 

“Da forma como eu enxergo, o caso conhecido como Lava-Jato representa o fim da impunidade como regra no Brasil para este tipo de crime. A questão é: será uma mudança permanente ou apenas algo episódico?”, questionou.

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O jornal aponta que Moro tornou-se o rosto da luta nacional contra a corrupção no Brasil e que foi responsável por alguns dos maiores casos do país, incluindo a condenação no mês passado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma das figuras mais influentes do Brasil em décadas. 

Ainda sobre o petista, Moro disse não se arrepender da divulgação dos telefonemas do ex-presidente Lula, que gerou muita polêmica em março do ano passado. “Eu acho que a democracia vence quando, digamos, as pessoas descobrem o que seus lideranças fazem nas sombras. Especialmente quando o que eles estão fazendo é ilícito”, disse o juiz.

Moro ainda admitiu à reportagem que sua popularidade foi importante para a investigação. “Foi importante de forma que esses casos, que implicaram pessoas poderosas, não foram obstruídos de alguma forma”, disse ele. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.