Análise: quem são os perdedores e os ganhadores no novo cenário brasileiro?

Não se pode esquecer que, ainda em potencial troca de governo, muito dos problemas são de longo prazo

Bloomberg

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(Bloomberg) — Apesar do cenário político e econômico ainda conter um alto nível de incerteza, preços dos principais ativos do Brasil – dólar, juros , bolsa e risco Brasil – refletem expectativas de que haverá uma troca de governo e consequente melhora na economia. Entretanto, o atual contexto econômico trará lucro e prejuízo para diferentes setores da economia independente do desfecho político do país, segundo dados analisados por Alex Lima, especialista em FX & economia da Bloomberg.

Um dos segmentos que melhor reflete uma melhora nas expectativas macro é o de inflação implícita: a queda dos juros nominais e das expectativas de inflação reflete um maior controle do banco central sobre a inflação. As implícitas de 2, 3, e 5 anos baixaram fortemente desde janeiro, com a implícita de 2 anos caindo cerca de 350 pontos base para o nível de 6,10%. Isso reflete a inflação dentro da banda, mas ainda fora do centro (4,5%)

Essa reação brusca no mercado de implícitas reflete o fato de que uma grande parte do choque dos preços administrados na economia passou, atenuando o efeito sobre preços nos próximos meses; e que a apreciação brusca do real contra o dólar diminuiria o repasse do câmbio para inflação.  

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Uma reversão do processo de impeachment poderia afetar o nível das implícitas parcialmente, dada uma eventual alta do dólar e diferentes expectativas sobre o comportamento do BC.

Com a queda dos juros e do dólar, e as expectativas de inflação refletindo uma trajetória mais benigna macro, o país seria beneficiado com o aumento do poder de compra local e internacional. Entretanto, outros setores poderiam ser prejudicados nos próximos meses com a troca do governo.

Um exemplo é o setor exportador, que até então foi o setor com melhor performance na bolsa. O setor sofreu com a queda do dólar. Fibria, Suzano, Klabin tiveram quedas significativas (38%, 30%, e 24% respectivamente) no ano, contra um Ibovespa que subiu cerca de 36% no ano. Perspectivas de dólar abaixo dos R$ 3,50 poderiam contribuir ainda mais com a queda desses papéis.

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Não se pode esquecer que, ainda em potencial troca de governo, muito dos problemas são de longo prazo: a atual taxa de desemprego de 10,20% tardará meses antes de reverter sua tendência de alta. O nível de inadimplência no Brasil continua a subir. Provisões de crédito estão nos níveis mais altos dos últimos 10 anos no Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil. Apenas no Banco do Brasil, a provisão de crédito subiu 4 vezes, de um patamar de cerca de R$ 6 bi em 2010 para 25,7 bi em 2015.

Caso o crédito deteriore materialmente no Brasil, bancos seriam os primeiros a sofrer com essa tendência. Para os 4 bancos, o ROE (return on equity, ou retorno sobre o patrimônio líquido) caiu nos últimos 3 anos.

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