Agenda tranquila? Próxima semana na Bolsa não terá folga nem no feriado

Entre cenário externo - com debate nos EUA e falas de líderes do Fed - e agenda política agitada, próxima semana na Bolsa não terá folga nem no feriado

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A semana termina com alta considerável do Ibovespa, com os investidores otimistas pelas votações do pré-sal e da PEC do teto no Congresso. Apesar disso, o exterior segue trazendo tensão com os dados mistos da economia americana e a queda forte da libra no Reino Unido. Para a próxima semana, a agenda de indicadores fica mais tranquila, mas uma série de eventos deve manter o mercado agitado mesmo com um feriado no meio da semana.

Segundo o economista Jason Vieira, da Infinity Asset, este será um período focado no “extra agenda”, principalmente nos Estados Unidos, onde já no domingo ocorre o segundo debate presidencial. “É praticamente certo a alta de juros em dezembro, mas o mercado ainda tenta entender o andamento da economia após o relatório de emprego mais fraco que o esperado”, explica.

Diante disso, a ata da última reunião do Fomc, que será divulgada na quarta-feira (12) ganha força no sentido que os investidores devem tentar ver mais sinais de como o Federal Reserve está vendo a evolução da economia. Por conta disso, a volta do feriado por aqui pode ser bastante agitada já que o Brasil só sentirá os efeitos do relatório na quinta-feira.

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No Brasil, as questões políticas tomam conta, com destaque para a possível votação da PEC do teto de gastos entre segunda e terça. “O resultado das eleições municipais favorável ao governo e a aprovação pela comissão da Câmara trouxeram força na expectativa de aprovação da PEC”, afirma Vieira. Segundo ele, o mercado de renda fixa deve ficar mais atento a isto e deve ter um começo de semana agitado.

Confira os principais eventos da agenda desta semana:

PEC do teto e repatriação
Considerada a principal medida do ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a PEC do teto dos gastos foi aprovada na quinta-feira (6) pela comissão especial da Câmara dos Deputados. Agora, a expectativa é que ela seja levada ao plenário já na segunda-feira (10), com a votação em primeiro turno ocorrendo até terça. No plenário a proposta precisa passar por dois turnos de votação, assim como no Senado.

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Apesar de não haver muita expectativa, o Projeto de Lei (PL) 2.617/15, que altera a Lei de Repatriação de Recursos também pode ser apreciado na próxima semana. Na última quarta a Câmara aprovou requerimento para votação em regime de urgência sob o placar de 278 votos contra 39. Com a aprovação da urgência, o projeto fura a fila de votações e passa na frente de outras propostas, que estão na pauta.

Debate EUA
Ocorre neste domingo (9), às 22h (horário de Brasília), o segundo debate presidencial nos Estados Unidos, entre Hillary Clinton e Donald Trump. No primeiro encontro entre os dois, no dia 26 de setembro, a candidata democrata conseguiu se sair melhor e foi declarada vitoriosa pela maioria dos especialistas. Mas a expectativa é que o republicano adote um tom mais forte desta vez, questionando Hillary sobre temas mais polêmicos. O mercado segue temeroso com uma possível vitória de Trump nas eleições e caso ele consiga se sair melhor neste fim de semana, o medo do mercado por aumentar e afetar a Bolsa.

Ata do Fomc
O Fomc (Federal Open Market Committee) revela a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve na quarta-feira, às 15h. O relatório ajuda a trazer mais informações de como os integrantes do Fed estão olhando para a economia, e após números mistos de crescimento econômico e dados de emprego, o documento pode levar investidores a acertarem suas apostas sobre a alta de juros no país, apesar de ser praticamente certo que a elevação ocorra em dezembro.

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Dados na China
Na quinta-feira às 22h30 serão divulgados dois dados de inflação na China, o CPI (Consumer Price Index), que calcula os preços ao consumidor, e o PPI (Producer Price Index), índice de preços no atacado, ou seja, preços cobrados pelos produtores. Segundo analistas consultados pela LCA Consultores, a expectativa é que o CPI avance de 1,3% no mês passado para 1,6%, enquanto o PPI deve passar de -0,8% para -0,3%.

Falas do Fed
Também é esperado que diversos líderes do Fed falem nos próximos dias, a começar por Charles Evans (Chicago), na segunda-feira. Patrick Harker (Filadélfia) discursa na quinta-feira, enquanto a presidente da autoridade monetária, Janet Yellen, fala na sexta. Todos estes comentários servem para dar mais sinalizações de qual deve ser a atuação do Fed em suas próximas reuniões, no início de novembro e no meio de dezembro, em relação à alta de juros.

Para ver a agenda completa da semana que vem, clique aqui.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.