Aécio defende a saída de Cunha da presidência da Câmara se deputado virar réu no STF

"Aí fica muito difícil a permanência dele. A aceitação de denúncia por parte do Supremo tira as condições, acredito eu, mínimas de condução da Câmara dos Deputados”, afirmou o senador em entrevista ao jornalista Kenney Alencar

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em entrevista ao SBT Brasil para o jornalista Kennedy Alencar na noite da última quinta-feira (27), o presidente do PSDB e senador Aécio Neves (MG) defendeu que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deixe a presidência da Câmara dos Deputados se o STF (Supremo Tribunal Federal) aceitar a denúncia contra o deputado. 

Cunha foi denunciado na semana passada pelo procurador da República, Rodrigo Janot. Janot acusa o presidente da Câmara de ter recebido propina no valor de ao menos US$ 5 milhões para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobras (PETR3;PETR4), no período entre junho de 2006 e outubro de 2012. O procurador pede a condenação de Cunha pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e a restituição de US$ 40 milhões para a Petrobras e US$ 40 milhões para a Administração Pública.

Aécio afirma: “aí fica muito difícil a permanência dele. A aceitação de denúncia por parte do Supremo tira as condições, acredito eu, mínimas de condução da Câmara dos Deputados”. As acusações contra Cunha, afirma o senador tucano, “são extremamente graves”.

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Ao ser perguntado se há razão jurídica para um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff, ele respondeu: “Acho que ainda não está claro. Eu reconheço isso.” 

Aécio disse também que não acredita na possibilidade de recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), como quer o governo. “Nenhuma medida que signifique o aumento de carga tributária terá o apoio da oposição”, disse. “E acho muito difícil que tenha da base”, completou.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.