5 partidos disputam liderança entre governadores eleitos em 2022; SP definirá sigla com maior população governada

PT, União Brasil e PL são favoritos na disputa por mais estados sob gestão pelos próximos quatro anos; pleito pode ter 12 siglas comandando governos locais

Marcos Mortari Lucas Sampaio

Teclado da Urna Eletrônica (Foto:Nelson Jr./ASICS/TSE)

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Eleitores de 12 unidades da federação voltam às urnas, neste domingo (30), para decidir, além do próximo presidente do país, o futuro governador de suas localidades. Os movimentos também serão decisivos para a disposição do quadro partidário nos estados brasileiros pelos próximos quatro anos.

São quase 83 milhões de eleitores, contingente que corresponde a cerca de 56% de todo o grupo de brasileiros aptos a votar. Entre os estados em disputa estão 3 dos 5 maiores colégios eleitorais do Brasil: São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul – todos com disputas em aberto, de acordo com as últimas pesquisas. Juntos, os 3 concentram 35% do eleitorado brasileiro.

Estado Candidatos * Nº de eleitores
Alagoas  Paulo Dantas (MDB)  Rodrigo Cunha (União Brasil) 2,3 milhões
Amazonas  Wilson Lima (União Brasil)  Eduardo Braga (MDB) 2,6 milhões
Bahia  Jerônimo Rodrigues (PT)  ACM Neto (União Brasil) 11,2 milhões
Espírito Santo  Renato Casagrande (PSB)  Manato (PL) 2,9 milhões
Mato Grosso do Sul  Capitão Contar (PRTB)  Eduardo Riedel (PSDB) 1,9 milhão
Paraíba  João Azevêdo (PSB)  Pedro Cunha Lima (PSDB) 3 milhões
Pernambuco  Marília Arraes (Solidariedade)  Raquel Lyra (PSDB) 7 milhões
Rio Grande do Sul  Onyx Lorenzoni (PL)  Eduardo Leite (PSDB) 8,5 milhões
Rondônia  Coronel Marcos (União Brasil)  Marcos Rogério (PL) 1,2 milhão
Santa Catarina  Jorginho Mello (PL)  Décio Lima (PT) 5,4 milhões
São Paulo  Tarcísio (Republicanos)  Fernando Haddad (PT) 34,6 milhões
Sergipe  Rogério Carvalho (PT)  Fábio (PSD) 1,6 milhão

* Em negrito estão os candidatos que estão à frente nas pesquisas

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Em outros 14 estados e no Distrito Federal, os eleitores já escolheram quem serão seus governadores de 2023 a 2026.

Estado Candidato Nº de eleitores
Acre  Gladson Cameli (PP) reeleito  588 mil
Amapá  Clécio Vieira (Solidariedade)  550 mil
Ceará  Elmano de Freitas (PT)  6,8 milhões
Distrito Federal  Ibaneis Rocha (MDB) reeleito  2,2 milhões
Goiás  Ronaldo Caiado (União Brasil) reeleito  4,8 milhões
Maranhão  Carlos Brandão (PSB) reeleito  5 milhões
Mato Grosso  Mauro Mendes (União Brasil) reeleito  2,4 milhões
Minas Gerais  Romeu Zema (Novo) reeleito  16,2 milhões
Pará  Helder Barbalho (MDB) reeleito  6 milhões
Paraná  Ratinho Júnior (PSD) reeleito  8,4 milhões
Piauí  Rafael Fonteles (PT)  2,5 milhões
Rio de Janeiro  Cláudio Castro (PL) reeleito  12,8 milhões
Rio Grande do Norte  Fátima Bezerra (PT) reeleita  2,5 milhões
Roraima  Antônio Denarium (PP) reeleito  366 mil
Tocantins  Wanderlei Barbosa (Republicanos) reeleito  1 milhão

Do ponto de vista partidário, 5 siglas disputam a liderança da lista de número de governadores a partir de janeiro de 2023. Entre eles está o PT, que já garantiu 3 representantes nos Executivos locais no primeiro turno – o maior número entre as siglas.

Neste segundo turno, há outros 4 candidatos petistas disputando governos estaduais. Caso eles saiam vitoriosos, o partido chega a 7 representantes e não poderia mais ser alcançado por nenhuma legenda.

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Na sequência, vem o União Brasil – sigla resultante da fusão entre Democratas e o Partido Social Liberal (PSL). A legenda elegeu 2 governadores no primeiro turno e agora pode chegar a 6 representantes ao final do processo. O MDB também elegeu 2 governadores na votação de 2 de outubro, e agora tenta emplacar outros 2.

Já o PL, sigla do presidente Jair Bolsonaro e que já garantiu as maiores bancadas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal na próxima legislatura, pode chegar a 5 governadores eleitos se vencer as 4 disputas de que participa neste segundo turno.

Fecha a lista dos partidos com chances de liderar em número de governadores eleitos o PSDB. Mas a missão dos tucanos é muito mais complexa. Depois de terem perdido São Paulo (maior colégio eleitoral do país, com 34,6 milhões de cidadãos aptos a votar), com a derrota do candidato à reeleição Rodrigo Garcia, eles agora disputam o comando do Poder Executivo em 4 localidades.

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Confira o quadro partidário dessas eleições estaduais:

Partido Mínimo População governada (mínimo) Máximo População governada (máximo)
PT 3 (CE, PI e RN) 16.090.773 7 (CE, PI, RN, BA, SC, SE e SP) 87.402.136
UNIÃO BRASIL 2 (GO e MT) 10.773.823 6 (GO, MT, AL, AM, BA e RO) 35.209.731
PL 1 (RJ) 17.463.349 5 (RJ, ES, RS, RO e SC) 42.192.238
MDB 2 (DF e PA) 11.871.449 4 (DF, PA, AL e AM) 19.506.795
PSDB 0 0 4 (MS, PB, PE e RS) 28.040.516
PSB 1 (MA) 7.153.262 3 (MA, ES e PB) 15.321.675
PP 2 (AC e RR) 1.559.589 2 (AC e RR) 1.559.589
PSD 1 (PR) 11.597.484 2 (PR e SE) 13.935.958
REPUBLICANOS 1 (TO) 1.607.363 2 (TO e SP) 48.256.495
SOLIDARIEDADE 1 (AP) 877.613 2 (AP e PE) 10.552.406
NOVO 1 (MG) 21.411.923 1 (MG) 21.411.923
PRTB 0 0 1 (MS) 2.839.188

Considerando a população governada, o Novo terminou o primeiro turno na liderança, já que reelegeu Romeu Zema governador em Minas Gerais. O estado concentra 21.411.923 habitantes, segundo estimativa mais recente disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O partido, no entanto, perderá a liderança para o PT ou o Republicanos, dependendo de quem vencer a disputa em segundo turno em São Paulo. Ele também pode ser superado por PL, União Brasil e pelo próprio PSDB, a depender dos resultados das urnas neste domingo.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.