Efeito venda de ativos e operacional forte: o que os analistas esperam para o balanço da Petrobras

Consenso da Bloomberg aponta lucro líquido ajustado de R$ 8,5 bilhões, queda de 15,6% na comparação anual, mas lucro pode ter efeito positivo com venda de ativos

Lara Rizério

(Foto: Shutterstock)

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SÃO PAULO – A recuperação nos preços de petróleo e a maior estruturação para crescimento de produção em novos poços devem ser os fatores a guiar um balanço positivo do segundo trimestre de 2019 para a Petrobras (PETR3;PETR4). 

A estatal divulgará seus números após o fechamento do mercado e, de acordo com consenso da Bloomberg, deve ver seu lucro líquido ajustado ir a R$ 8,5 bilhões. 

Ainda que esta cifra represente uma queda de 15,6% frente aos R$ 10 bilhões lucrados entre abril e junho de 2018, os dados operacionais devem ser o guia para o maior otimismo com a estatal. 

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Cabe ressaltar que, na semana passada, a Petrobras apresentou seus números de produção que decepcionaram os investidores, ao atingir uma produção de 2,553 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) entre abril e junho, queda de 0,4% ante os 2,563 milhões de boed em igual trimestre do ano passado. 

Segundo a empresa, a queda na comparação anual refletiu a venda de 25% do campo de Roncador e dos ativos da Petrobras América, que mais do que compensaram os ganhos com o ramp-up das plataformas do pré-sal nos campos de Búzios e Lula.

Além disso, a produção teve essa queda devido às dificuldades enfrentadas no mês de junho com a estabilização das plantas de gás dos novos sistemas de produção de Búzios devido a sua maior complexidade e potencial maior produtividade. Neste último caso, o Morgan Stanley considera que está é uma “boa categoria” de problema, uma vez que representa maior produção no futuro.

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Ainda assim,, mesmo com a produção desanimando, “a realização de preços maiores do petróleo deve contribuir para resultados saudáveis ??de exploração e produção, que podem se traduzir em fortes números consolidados”, aponta a equipe de análise do Morgan. 

Os investidores também devem se concentrar na trajetória de produção até o final do ano, bem como nas operações de refino e de gás natural. 

Outro ponto que será observado com atenção é o efeito com a venda de ativos. O Credit Suisse espera lucro líquido de R$ 21,8 bilhões se inclusos os ganhos com desinvestimentos (principalmente com a venda da TAG), que devem ser responsáveis pela adição de R$ 14 bilhões aos ganhos da estatal. 

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“No terceiro trimestre, serão adicionados ainda os ganhos com o desinvestimento da BR Distribuidora, o que nos leva a acreditar que o intervalo entre os dividendos das ações preferenciais e ordinárias vai diminuir, favorecendo as ordinárias”, apontam os analistas do banco.

Por fim, eles ainda esperam uma continuidade na desalavancagem no segundo trimestre, com a dívida líquida caindo para US$ 59 bilhões, impulsionada por um fluxo de caixa forte e pela entrada do montante de desinvestimentos, de cerca de US$ 7,6 bilhões. 

Confira as estimativas para o resultado da Petrobras (segundo consenso de analistas consultados pela Bloomberg):

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em R$ bilhões 2T19E 2T18 2T19E/2T18
Receita líquida  89,84 84,39 +6,56%
Ebitda  32,42 30,06 +7,82%
Lucro líquido  8,5 10 -15,6%
Margem Ebitda 36% 35,6% +0,4 p.p.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.