Petrobras diz que terá prejuízo se importar diesel com metodologia do governo

Há um risco de desabastecimento do mercado interno, porque as refinarias da estatal não são capazes de atender toda demanda

Estadão Conteúdo

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Gerente de Marketing e Comercialização da Petrobras, Guilherme França afirmou que não vê racionalidade econômica na metodologia de cálculo do preço de referência proposto pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para balizar o programa de subvenção do óleo diesel.

“Na região Sudeste e Centro-Oeste, a situação é mais grave ainda. Tenho dúvida se teria autorização da diretoria para importar com risco de prejuízo”, afirmou França, em audiência pública da agência reguladora para recolher opinião do mercado sobre a metodologia proposta.

Entre os participantes, a posição unânime é de que a metodologia proposta pela ANP gera um preço inferior ao de importação, o que inibe as empresas a trazer o produto de fora. Com isso, há um risco de desabastecimento do mercado interno, porque as refinarias da estatal não são capazes de atender toda demanda, segundo França.

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Também presente à audiência, o presidente da Abicom, Sérgio Araújo, representante das empresas importadoras disse ainda que a fórmula proposta pela ANP sinaliza aos investidores que não vale a pena entrar no mercado nacional.

“Nenhum investidor tem segurança de colocar dinheiro nessa condição. Essa proposta pode condenar o Brasil a parar de crescer”, disse Araújo.