Dilma não descarta, mas CFO nega capitalização; Petrobras segue em queda livre de 8%

Dia foi bastante conturbado para a companhia, após a presidente dizer (de forma não muito objetiva) que não descartava capitalização; Ivan Monteiro negou, mas queda do preço do petróleo segue fazendo com que ações da Petrobras fique em queda livre

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Na manhã desta sexta-feira (15), a presidente Dilma Rousseff afirmou que não descarta a capitalização da Petrobras (PETR3;PETR4) se o petróleo continuar caindo, mas sem responder objetivamente sobre a questão. 

Ao ser perguntada sobre o assunto, ela afirmou: “não é só a Petrobras que tem que pensar no que vai fazer, mas todas [as empresas], e o governo sempre estará preocupado com a Petrobras, sobretudo se os fatores que a prejudicam são exógenos. Então, não descartamos que será necessária uma avaliação se a situação permanecer, mas não seremos só nós”, disse a presidente,

Com isso, por volta das 11h30 (horário de Brasília), as ações, que já estavam em forte queda por conta da baixa do petróleo, passaram a cair ainda mais forte, batendo queda de 8,58% para as ações ordinárias, a R$ 6,61, e de queda de 9,31% para os papéis preferenciais, a R$ 5,61.

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Mais tarde, em coletiva à imprensa com a imprensa, o CFO (Chief Financial Officer) da Petrobras, Ivan Monteiro, descartou a capitalização e também um eventual socorro do Tesouro para a companhia. Segundo o diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, a empresa não trabalha atualmente com a hipótese de acessar o mercado internacional de capitais, por não considerá-lo atrativo, e também não prevê nenhum tipo de socorro do Tesouro brasileiro. “O que a nossa diretoria fez desde o início foi afastar a hipótese de recorrer ou ser assistida pelo Tesouro. Se nós não tivéssemos feito tomadas de decisão que foram tomadas, já teríamos há muito tempo batido na porta do Tesouro”, afirmou Monteiro.

Contudo, mesmo com a negativa do CFO, a queda dos preços do petróleo não deu trégua no mercado internacional, e a Petrobras segue em forte queda. Às 16h49, as ações ON caem 6,92% (R$ 6,73) e os papéis PN caem 8,26% (R$ 5,22), com o WTI em queda de 5,58%, a US$ 29,46 o barril e o brent em baixa de 5,73%, a US$ 29,11 o barril. Na semana, a queda dos papéis ON da Petrobras é de 14,4% e da PN é de 16,75%. 

Sobre o pré-sal
No café da manhã, Dilma ainda afirmou que o pré-sal é viável nos patamares atuais do preço do petróleo, mas que o Brasil não faz leilão do pré-sal com o preço atual do barril. “A Petrobras não para a produção com petróleo abaixo dos US$ 30”, afirmou. A presidente ainda afirmou que o governo está sempre preocupado com a estatal.

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Segundo ela, em princípio o pré-sal continua “extremamente vantajoso e viável” para o Brasil. “Obviamente, se o preço continuar caindo, todo mundo vai rever o que fará”, acrescentou durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. A presidente informou ainda que o governo estuda a concessão de poços de exploração de petróleo em terra.

Questionada se o governo continuaria segurando os leilões para exploração do pré-sal, Dilma disse duvidar que alguém fará esse tipo de leilão com o preço do barril a US$ 30, como ocorre atualmente. “Ninguém faz leilão de bloco de exploração com o barril a US$ 30, a não ser que você queira dar para alguém. Duvido que alguém faça, a não ser que esteja em dificuldade, precisando de dinheiro. Acho que enquanto a gente não estiver precisando fazer isso, com esse cenário [não vamos fazer]. Licitar em 30 anos, a US$ 30, o bloco do pré-sal? Você [o governo] sabe onde está o petróleo, qual é a qualidade dele. É dar”, afirmou.

De acordo com Dilma, talvez possa haver leilão nos poços menores. “Nós estamos olhando isso, principalmente naqueles chamados poços em terra. Que são áreas menos rentáveis, em que o nível de perda no futuro não é grande assim”.

Para ela, certamente o governo tem todo o interesse de fazer o leilão dos blocos de exploração. “Até porque nós ganhamos, no caso do pré-sal, na outorga e depois da outorga. Então, é do nosso mais absoluto interesse”, destacou.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.