BofA revisa preços-alvo da Petrobras e espera alta de 8% nos preços de combustíveis

Preço-alvo dos ADRs foi reduzido e das ações locais tiveram um leve aumento; analistas avaliam que reajuste dos combustíveis é questão chave para petrolífera

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio à forte valorização do dólar e à expectativa pelo reajuste dos preços, o Bank of America Merril Lynch revisou os preços-alvo para os ADRs (American Depositary Receipts) e para as ações locais da Petrobras (PETR3;PETR4).

Para os papéis negociados na Nyse (New York Stock Exchange) equivalentes aos ativos ordinários, os analistas Frank McGann e Conrado Vegner reduziram o preço-alvo de US$ 24,50 para US$ 22,00 enquanto, para os ativos PN, a redução foi de US$ 25,00 para US$ 22,50. Por outro lado, os analistas elevaram levemente os targets para as ações locais, de R$ 27,00 para R$ 27,50 para PETR3 e de R$ 27,50 para R$ 28,00 para os papéis PETR4, também levando em conta a valorização do dólar. A recomendação segue de compra. 

O câmbio é um dos maiores fatores de preocupação com relação à petrolífera, em meio à pressão sobre o caixa devido ao encarecimento da importação de produtos, em um cenário em que os preços de combustíveis no cenário nacional está defasado em relação ao externo. Nas últimas semanas, surgiram rumores de que a Petrobras reajustaria os preços de combustível, mas o anúncio só seria feito no final do ano, entre o Natal e o Ano Novo, de acordo com informações do jornal O Globo. O aumento seria de 10% para as refinarias. 

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Já os analistas acreditam em uma alta de 8% do preço do diesel e da gasolina, ante uma perspectiva de subida de 3%, o que deve ajudar a diminuir as perdas da companhia, associado ainda ao aumento dos preços de outros produtos que se movem em linha com os preços internacionais, como querosene e nafta. Para 2013, McGann e Vergner diminuíram a expectativa de ganhos por ADR da companhia antes de itens extraordinários de US$ 2,50 para US$ 2,36, uma queda de 6%. 

De acordo com o BofA, os riscos na Petrobras são bem conhecidos, sendo que os aumentos de preços da gasolina e do diesel que serão concedidos para ajudar a reduzir o intervalo de preços serão o fator-chave. MC Gann e Vergner avaliam que a pressão financeira continue refletida nos ganhos da companhia em meio às perspectivas para permitir maiores preços, mas estão mais confiantes de que um reajuste aconteça no final deste ano ou início de 2014 do que nos próximos meses. 

O balanço da companhia segue pouco confortável para a empresa, avaliam os analistas, como resultado de um aumento no capex e os ajustes ainda limitados dos preços da gasolina e do diesel. Em relação ao momento que ocorrerá o reajuste, os analistas avaliam que as pressões eleitorais em 2014 sugerem que um ajuste será mais provável no início do próximo ano do que no final dele. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.