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SÃO PAULO – Apesar de não confirmadas, as sinalizações de que o governo está preocupado com a Petrobras (PETR3;PETR4) são suficientes para trazer mais otimismo com a companhia, conforme a Votorantim Corretora. Com isso, os analistas alteraram a visão de curto prazo de negativa para positiva, mantendo recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para os papéis.
Na última sessão, as ações da companhia subiram mais de 5%, em meio a duas notícias possivelmente bastante favoráveis para a petrolífera: uma sobre o pré-sal e outra sobre um possível reajuste no preço dos combustíveis.
De acordo com matéria publicada pelo jornal Valor Econômico, o governo avalia mudar a legislação para desobrigar a estatal a operar e deter pelo menos 30% de cada poço de petróleo do pré-sal – o que foi negado pelo ministro Edison Lobão – e traz ainda a possibilidade de um novo reajuste nos preços de combustíveis. Contudo, apenas se isso não prejudicar o alcance das metas de inflação para este ano e para 2014. Portanto, Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, deve ser consultado.
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Conforme apontam os analistas Leonardo Alves e Tiago Costa, a questão da inflação e o cenário político continuam sendo obstáculos para o ajuste nos preços de combustíveis. ” […] Portanto, não consideramos nenhuma mudança em nosso modelo até 2015, o que também parece ser um consenso do mercado”, ressaltam.
Entretanto, destacam, a perda do grau de investimento da petrolífera teria um alto custo político. Desde a divulgação do resultado pela companhia, a questão dos preços de combustíveis se tornou um ponto central na mídia do País, o que “pode aumentar as chances de que os ajustes ocorram antes do previsto, o que teria um impacto positivo sobre as ações da Petrobras”, destacam Alves e Costa.
Mudança no curto prazo em Libra não é possível, mas…
Alves e Costa ressaltam que a mudança na questão da participação da petrolífera para o próximo leilão do Campo de Libra não é possível. Contudo, a possibilidade de uma mudança no longo prazo é positiva, permitindo à Petrobras avaliar os campos e sua própria condição patrimonial, para então decidir o quanto irá investir.
“Ambas as medidas parecem estar longe de acontecer, porém essa possibilidade traz um momento positivo para as ações da Petrobras, uma vez que sinaliza para o mercado que o governo está preocupado com a situação da companhia”, ressaltam os analistas.