Petrobras termina o 1º trimestre com lucro líquido 15,75% menor, de R$ 9,43 bi

Receitas da companhia avançaram 20,68%; resultado registrado foi acima das expectativas compiladas pela InfoMoney

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A Petrobras (PETR3, PETR4) registrou lucro líquido de R$ 9,428 bilhões no primeiro trimestre de 2012, valor 80,34% superior ao reportado no quarto trimestre de 2011 e 15,75% inferior ao mesmo período do ano passado. Já o lucro atribuível aos acionistas alcançou R$ 9,214 bilhões – queda de 16,12% frente ao 1T11 e alta de 82,49% em relação ao 4T11.

O resultado da estatal também veio acima das projeções compiladas pelo Portal InfoMoney, superando em 14,26% a média das estimativas da Ágora Corretora e Itaú BBA, de R$ 8,51 bilhões. 

Receita e geração operacional de caixa
A receita de vendas da petrolífera no trimestre ficou em R$ 66,134 bilhões, superando em 20,68% o montante visto no mesmo período de 2011. O número também superou em 1,34% o período anterior e em 1,33% a média das estimativas das duas casas de research compiladas pela InfoMoney.

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O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação) ficou em R$ 16,52 bilhões, mostrando melhora tanto frente ao trimestre anterior, de 17,55%, quanto em relação ao mesmo período do ano passado – alta de 2,66%. Além disso, a geração operacional de caixa veio 13,1% acima das estimativas dos analistas consultados.

Resultado financeiro
O resultado financeiro líquido da Petro foi de R$ 465 milhões, fruto de receitas financeiras de R$ 1,19 bilhão, acrescido das variações monetárias e cambiais (R$ 134 milhões), contra despesas financeiras líquidas de R$ 865 milhões. O resultado financeiro no 1º trimestre de 2011 havia sido de R$ 2,04 bilhões, o que indica uma queda de 77%. No trimestre, a desvalorização do dólar perante o real foi de 2,30%.

“Esses números não foram tão importantes para o resultado da companhia quanto haviam sido no trimestre anterior”, afirmou Guilherme Almir Barbassa, diretor financeiro e de RI da Petrobras, durante coletiva de resultados realizada junto com a divulgação do balanço da petrolífera.

Custo de produtos vendidos
A petrolífera reportou ainda um aumento de 33% no custo dos produtos vendidos no primeiro trimestre de 2012, se comparado ao mesmo período do ano passado, somando R$ 45.890 milhões. Contudo, o valor representa uma queda de 4% em relação ao quarto trimestre de 2011, quando os custos somaram R$ 47.951 milhões.

Segundo a companhia, o aumento em relação ao 1º trimestre de 2011 deve-se ao crescimento de 10% no volume de vendas de derivados no mercado interno, com destaque para o diesel e a gasolina. Também contribuiu para o resultado, os efeitos das maiores cotações internacionais e câmbio sobre as importações, além do aumento da depreciação em função da entrada em operação de novas instalações.

Já o recuo frenta ao quarto trimestre foi explicado pela venda de derivados no mercado doméstico, o aumento das importações dos derivativos no 1º trimestre e a depreciação dos ativos que já se encontravam em operação no quarto trimestre. 

Confira os resultados da Petrobras:

(em R$ milhões) 1T12 1T11 4T11 1T12E* 1T12/1T11 1T12/4T11 1T12/1T12E*
Receita líquida 66.134 54.358 65.257 65.268 +20,68% +1,34% +1,33%
Ebitda**  16.521 15.855 14.054 14.608 +2,66% +17,55% +13,10%
Lucro líquido  9.428 11.190 5.228 8.251 -15,75% +80,34% +14,26%

* Média obtida entre as projeções da Ágora e Itaú BBA
** Geração operacional de caixa ou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização
*** Relação percentual entre receita líquida e geração operacional de caixa

Resultado por segmento
A empresa mostrou resultados distintos em seus seis segmentos – E&P (Exploração e Produção), Abastecimento, Biocombustível, Gás & Energia, Distribuição e Internacional. Enquanto quatro deles apresentaram resultados melhores, o segmento de abastecimento e biocombustível mostraram piora.

O destaque ficou com o segmento de E&P, que cresceu 20% na passagem entre trimestres e atingiu resultado líquido de R$ 12,44 bilhões entre janeiro e março. Esse número foi prejudicado pelo segmento de abastecimento, cujo resultado negativo se expandiu para R$ 4,6 bilhões. No primeiro trimestre de 2011, esse resultado havia sido negativo em R$ 94 milhões.