Tesouro Direto: entenda por que ele vem tomando o lugar da poupança

Cada vez mais investidores estão migrando da poupança para o Tesouro Direto. Entenda por que os títulos públicos vêm ganhando espaço no planejamento financeiro dos brasileiros.

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Uma mudança no comportamento de investidores brasileiros vem crescendo cada vez mais: a poupança está perdendo a preferência. Umas das principais causas desse novo panorama é o aumento da inflação. Os índices dos preços em alta fez com que a poupança perdesse parte de seu potencial de compra e sua rentabilidade deixou de ser atrativa para os investidores.

Uma das alternativas encontradas por quem quer poupar é a compra de títulos públicos no Tesouro Direto . Em março de 2016, o programa bateu recorde de inscritos e recebeu mais de 33 mil novos investidores. No mês seguinte, o total de investidores cadastrados desde o início do programa somou mais de 730 mil investidores, demonstrando um crescimento de 48,8% só nos últimos doze meses, segundo o órgão.

As vendas de títulos públicos através do Tesouro Direto movimentou quase 2 bilhões de reais só em março. Segundo Márcio Placedino, consultor de Valores Mobiliários registrado na CVM, planejador financeiro certificado internacionalmente e sócio da Toro Radar, essa mudança demonstra que, mesmo sendo tributado pelo Imposto de Renda, o Tesouro Direito continua sendo uma ótima opção de investimento em renda fixa. “Os investidores brasileiros estão mais exigentes e, mesmo os mais conservadores, procuram alternativas que sejam mais rentáveis e também mais seguras, como o Tesouro Direto por exemplo”, explica.

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Dados do Tesouro Direto

Criado em 2002, o Tesouro Direto é um programa criado pela parceria entre o Tesouro Nacional e a BM&F Bovespa para permitir que pessoas físicas comprem títulos públicos pela internet, por intermédio de um banco ou de uma corretora. A facilidade de acesso, a possibilidade de liquidez diária e o baixo risco são algumas das vantagens que fizeram o Tesouro Direto dar esse salto de crescimento.

Além de disponibilizar aplicações de curto, médio e longo prazo, os títulos públicos podem ser adquiridos com apenas 30 reais. A possibilidade de aplicações com pouco capital contribui para que a participação de pequenos investidores seja expressiva: eles representam 68,1% das vendas ocorridas em abril de 2016. Dentro deste parâmetro encontram-se todos os investimentos de até 5 mil reais.

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Segundo relatório divulgado pelo Tesouro Nacional, entre os títulos mais procurados estão os vinculados ao IPCA, como o Tesouro IPCA+ e o Tesouro IPCA+ com juros semestrais. Somando 61,8% nas vendas, esses títulos estão diretamente ligados à variação da inflação e conseguem oferecer uma rentabilidade maior que a poupança . Com relação ao estoque, os títulos ligados aos índices de preços representam mais de 61%, isto é, a maioria no volume de estoque corresponde aos investimentos atrelados ao IPCA.

Tesouro Direto: mais interessante que poupança

De acordo com a série histórica compilada pelo Banco Central, o primeiro trimestre de 2016 indicou o pior desempenho da poupança desde 1995. O volume de saques feitos nos três primeiros meses do ano superaram os depósitos e corresponderam a mais de 24 bilhões de reais. Além da inflação, outro responsável por essa fuga em massa é o aumento da taxa de desemprego.

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Justamente por causa da alta inflação, o Tesouro Direto pode oferecer até o dobro da rentabilidade da poupança. Mas um dos pontos mais interessantes dos títulos públicos é a possibilidade de serem utilizados como margem de garantia. Isso significa que os investimentos no Tesouro Direito podem ser usados também para se investir na Bolsa de Valores .

Ao aplicar o capital da renda fixa e usá-lo como garantia para operar na bolsa, é possível comprar e vender ações de grandes empresas brasileiras, como Petrobras , Vale e Ambev . Também pode-se investir em contratos futuros, no dólar e em empresas nos Estados Unidos. Dessa forma, o investidor recebe a rentabilidade da renda fixa e também os lucros de suas aplicações na Bolsa de Valores.

Não é coincidência que as operações na Bolsa vêm ganhando cada vez mais adeptos. Segundo relatório do Instituto Assaf, de 2001 a 2010 a BM&F Bovespa aumentou seu volume de movimentação em 1000%. E, mesmo com a crise internacional em 2008, o número de investidores pessoa física cresceu 30% nesse mesmo período.

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O aumento do interesse pelo mercado financeiro é uma boa notícia. E os novos investidores devem ter em mente que, para potencializar ganhos com a compra e venda de ativos, é fundamental estar pronto para reagir às tendências. Por isso mesmo, é preciso estudar com afinco o mercado de ações. Munido de informações, gráficos e indicadores técnicos, fica mais fácil compreender os riscos e as particularidades de cada ativo.

“Com estudo e dedicação, um investidor pode otimizar sua renda mensal migrando da poupança para o Tesouro Direto e aplicando também na Bolsa de Valores. O conhecimento e a visão estratégica serão os principais aliados do investidor para atingir seus objetivos”, pontua Márcio Placedino.

Website: http://www.tororadar.com.br/

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